Desafios da Saúde Materna e Neonatal no Interior do Amazonas

  • Autor
  • Luana Izabela Azevedo de Carvalho
  • Co-autores
  • Ana Luiza Azevedo de Carvalho , Pedro Lucas Azevedo de Carvalho , Lázara Gabriela Oliveira Silva , Ana Clara da Eira Correa Benayon , Vivian Maria Moraes Lopes , Maria Eduarda Lima Romero , Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso , Patrícia Leite Brito
  • Resumo
  • O Amazonas é o maior estado do Brasil, com 1.571.000 km² e 3.9 milhões de habitantes. As cidades ribeirinhas enfrentam desafios de acesso à saúde devido à falta de acesso por rodovias municipais. Das 62 cidades do Estado, 43 não possuem esse tipo de acesso, totalizando uma população de mais de 1 milhão de pessoas. O transporte nessas áreas é essencialmente fluvial, o que torna as viagens longas, durando dias ou até semanas até a capital. Essa distância traz consequências para esses municípios, com a área da saúde sendo uma das mais afetadas, por exemplo, o Amazonas possui 1,19 médicos 1000 habitantes, enquanto no interior essa relação é de 0,4. A ausência de acompanhamento médico regular durante a gestação dificulta o diagnóstico de complicações, como pressão arterial elevada, proteinúria e outras manifestações da síndrome hipertensiva específica da gestação (SHEG). Sem um diagnóstico precoce, a doença pode progredir rapidamente, colocando em risco a vida da mãe e do bebê. O objetivo deste trabalho é analisar como a ausência de centros especializados em pré-natal de alto risco no interior do estado e a falta de protocolos contribuem para o aumento da morbidade e mortalidade materna e neonatal. Trata-se de um estudo retrospectivo e observacional, utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponíveis no DATASUS, para coleta de dados referentes a 2022. As variáveis analisadas incluíram a taxa de mortalidade materna no estado do Amazonas e a incidência da SHEG durante 2022. No Brasil, foram registrados 2.561.922 nascidos vivos, dos quais 28,3% nasceram no Amazonas. Entretanto, a mortalidade materna no Brasil foi de 1.370, 38,7% das mães residiam no Amazonas. Entre os casos registrados na região amazônica, 32,07% correspondem a SHEG. A análise dos dados revela uma correlação preocupante entre a inadequação do pré-natal e a taxa de mortalidade materna em municípios como Tefé e Tabatinga, o primeiro possui uma taxa de 580 pré-natais inadequados e 24 mortes maternas, enquanto o segundo possui 584 pré-natais inadequados e 18 mortes maternas. A distância das instalações de saúde e a falta de acesso adequado aos cuidados médicos são desafios a serem enfrentados para garantir a saúde das mulheres e crianças na região amazônica. Portanto, é crucial implementar estratégias para melhorar o acesso ao pré-natal de qualidade, especialmente em áreas remotas como o interior do Amazonas, como por exemplo a criação de um protocolo para o manejo da paciente com SHEG desde o pré-natal até o puerpério. Este protocolo deve incluir diretrizes para o monitoramento regular da pressão arterial, a detecção precoce de sinais de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, a administração oportuna de medicamentos anti-hipertensivos e a realização de intervenções obstétricas quando necessário. Ao seguir esse protocolo, os profissionais de saúde podem identificar e tratar precocemente as complicações relacionadas à SHEG, reduzindo assim o risco de mortalidade materna. Este enfoque integrado e abrangente é essencial para garantir uma atenção adequada e oportuna durante todo o ciclo gravídico-puerperal.

  • Palavras-chave
  • Cuidado Pré-Natal, Hipertensão Induzida pela Gravidez, Região Amazônica
  • Modalidade
  • Comunicação oral
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