A candidíase vulvovaginal (CVV) é considerada a segunda forma mais comum de infecção vaginal, logo após a vaginose bacteriana, sendo tão incidente que cerca de 70% a 75% das mulheres experimentam pelo menos um episódio em suas vidas. Essa patologia é causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida na vagina, principalmente as espécies Candida albicans. Os principais sintomas da CVV são: coceira, queimação, vermelhidão, inchaço da vulva e corrimento branco. As opções convencionais de tratamento para CVV têm consistido em azóis orais e tópicos fungistáticos. Porém, um agente fungicida triterpenoide chamado Ibrexafungérp (anteriormente conhecido como SCY-078 ou MK-3118) foi desenvolvido como uma alternativa de tratamento. Esse medicamento reduz o número de polímeros de (1,3)-?-D-glicano, enfraquecendo a parede celular do fungo e levando à morte da célula fúngica. Em relação às vantagens, a nova droga possui maior disponibilidade oral, ampla distribuição e penetração nos tecidos, além de ser eficaz contra a maioria das espécies de Candida resistentes às equinocandinas. Dessa maneira, um número crescente de estudos destaca o impacto significativo das infecções fúngicas na qualidade de vida das mulheres, ressaltando a importância de otimizar o manejo e/ou tratamento das pacientes diagnosticadas com candidíase vulvovaginal. O objetivo deste estudo é avaliar a cura clínica e a erradicação micológica do Ibrexafungerp no tratamento da candidíase vulvovaginal aguda causada por Candida albicans. Este estudo consistiu em uma meta-análise. Realizou-se uma busca em bases de dados, incluindo PubMed, Cochrane e Embase, para identificar artigos que compararam a eficácia do Ibrexafungerp com placebo no tratamento da candidíase vulvovaginal causada por Candida albicans. Dados sobre a cura clínica e erradicação micológica foram coletados. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o software estatístico R (versão 4.3.2). Foram incluídos um total de 4 estudos e 787 pacientes, dos quais 525 (66,7%) usaram Ibrexafungerp e 262 (33,3%) placebo. Foi observado que o ibrexafungerp apresentou uma eficácia significativamente superior ao placebo no que diz respeito ao desfecho de cura clínica (RR 1,610; IC 95% 1,105-2,345; p=0,013; I²=73%). Quanto à erradicação micológica, o ibrexafungerp também demonstrou uma vantagem significativa neste desfecho (RR 2,119; IC 95% 1,204-3,729; p=0,009; I²=87%). Esta meta-análise indica que a terapia com Ibrexafungerp mostra eficácia promissora no tratamento da candidíase vulvovaginal aguda causada por Candida albicans. Ela demonstra melhorias significativas tanto na cura clínica quanto na erradicação micológica em comparação com o placebo. Esses achados sugerem o potencial do Ibrexafungerp como uma opção terapêutica valiosa para o manejo dessa infecção fúngica comum em mulheres.
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