Introdução: Sífilis congênita é uma doença de transmissão vertical: passada da mãe infectada para a criança durante a gestação ou parto. Possui tratamento se identificado precocemente, por meio da testagem regular e pode ser prevenida com uso de preservativo. O estudo em questão visa mostrar a relevância epidemiológica no Amazonas, bem como a diminuição ao longo dos anos e a busca por orientar a criação e aprimoramento de políticas públicas, promovendo a saúde materno-infantil. Objetivo: Avaliar taxas de óbitos materno e infantil registrados por sífilis congênita (SC) no estado do Amazonas durante os anos de 2019 a 2023 e comparar números de casos confirmados e de mortes notificadas pela doença. Métodos: Trata-se de estudo descritivo e quantitativo, com dados obtidos do Portal de Informação DATASUS/SINAN, para obtenção dos números de casos confirmados de SC e números de óbitos registrados em mães e filhos menores de 1 ano. Consideraram-se os dados obtidos nos anos de 2019 a 2023, abrangendo o estado do Amazonas e com interesse nas variáveis: números de casos, ano diagnóstico e faixas etárias materna e infantil. Não foi necessária apreciação ética por utilizar dados de acesso irrestrito, conforme resolução 5102016. Resultados: A partir dos dados analisados por meio do SINAN, percebe-se que o número total de casos no período de estudo foi de 2114, 706 em 2019 (33,4%), 427 em 2020 (20,2%) e 389 em 2021 (18,4%), 411 em 2022 (19,4%) e 181 em 2023 (8,6%), com prevalência na faixa etária de 15 a 24 anos, com 1263 casos (59,7%). Já a faixa etária dos filhos menores de 1 ano teve seguinte distribuição: de 2108 casos, 703 em 2019 (33,3%), 427 em 2020 (20,2%) e 389 em 2021 (18,4%), 410 em 2022 (19,4%) e 179 em 2023 (8,5%), com maior registro em crianças de até 6 dias de vida, sendo 2069 casos (98,1%). Observou-se, quanto ao número de óbitos notificados, que a faixa etária materna e infantil possui o mesmo quantitativo nos anos de 2019 a 2023 no Amazonas, sendo notificados 28 casos, em que 3 foram em 2019 (10,7%), 5 em 2020 (17,9%), 9 em 2021 (32,1%), 9 em 2022 (32,1%) e 2 em 2023 (7,1%) especialmente em mães de 15 a 24 anos, com 17 casos (60,7%) e em filhos de até 6 dias de vida, com os 28 casos (100%). Conclusão: Nessa perspectiva, observa-se a redução no número de casos confirmados e na mortalidade de SC no Amazonas ao longo dos anos. No entanto, notou-se alta prevalência em mulheres mais jovens (15 a 24 anos) e maior taxa infantil observada na primeira semana de vida. Além disso, percebe-se que a sífilis foi passada da mãe para a criança em 99% dos casos. Dessa forma, deve-se melhorar o rastreio e o diagnóstico precoce, ainda no pré-natal, assim como facilitar o acesso ao conhecimento para, efetivamente, evitar a transmissão vertical e diminuir a mortalidade e os riscos maternos e neonatais da doença.
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023