Pré-natal define-se como a assistência de saúde a mulheres grávidas, visando à garantia de uma gestação saudável e segura, por meio de um acompanhamento qualificado realizado em momentos estratégicos. Perante recomendações do Ministério da Saúde, são necessárias, no mínimo, seis consultas pré-natal durante a gravidez, porém alguns fatores dificultam o acesso a esse cuidado, como as desigualdades regionais e geográficas. Nesse sentido, a presente pesquisa busca descrever e comparar a cobertura da assistência pré-natal em 2023 entre as microrregiões do maior estado brasileiro, o Amazonas. Trata-se de um estudo de base populacional retrospectivo, descritivo e epidemiológico, cuja coleta foi realizada por meio de dados secundários extraídos da plataforma da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). Na plataforma, é disponibilizado o número de partos segundo a quantidade de consultas pré-natal por município de residência, tais dados foram agrupados e comparados, por meio de estatística descritiva, entre as 13 microrregiões do Amazonas: Purus, Madeira e Boca do Acre no sul amazonense; Juruá e Alto Solimões no sudoeste; Rio Negro e Japurá no norte; Tefé, Rio Preto da Eva, Parintins, Manaus, Itacoatiara e Coari no Centro. No ano de 2023, ao total foram registrados 63943 partos e observou-se significativa disparidade entre as diferentes microrregiões: na região do Rio Negro, mais da metade (56,1%) das gestantes não receberam mais do que 6 consultas, enquanto na região do Madeira 74,9% foram consultadas pelo menos 7 vezes durante a gestação, apresentando a melhor taxa de cobertura pré-natal do estado, seguido por Purus (70,7%) e Juruá (67,01%). Além disso, foi analisado também o número de mulheres que não foram consultadas nenhuma vez durante a gestação, sendo elas presentes principalmente em Manaus (69,88%), onde localiza-se a capital do estado, Juruá (5,89%) e Alto Solimões (5,64%), as duas microrregiões que constituem o Sudoeste Amazonense. A microrregião da capital não destacou-se quando comparada com as demais, apresentando uma taxa de mulheres consultadas 7 vezes ou mais (63,8%) inferior à de outras 5 outras microrregiões: Itacoatiara, Parintins, Juruá, Madeira e Purus. Assim, os resultados desta pesquisa mostram que persiste uma disparidade entre as microrregiões do Amazonas, demonstrando a necessidade de priorizar políticas públicas que garantam a eficiência, aplicabilidade e equidade na assistência à saúde da mulher e da criança no estado, a propósito de diminuir as taxas de mortalidade do binômio mãe-bebê.
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ASSAGO
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023