Introdução: A bacteriúria assintomática (BA) é a presença de uma cultura bacteriana positiva na urina de um doente sem sintomas de infecções do trato urinário (ITU). A BA tem uma incidência de 1-5% em mulheres saudáveis na pré-menopausa e ocorre em cerca de 10% das mulheres grávidas. Por ser uma colonização comensal comum, geralmente não apresenta problemas e até tem efeitos benéficos contra a ITU sintomática, devendo ser tratada apenas nos casos em que os riscos para o paciente superam os benefícios, evitando assim o risco de resistência antimicrobiana desnecessária, que pode trazer danos futuros ao paciente. Atualmente, o tratamento da BA é feito apenas em pacientes que serão submetidos a cirurgias uroginecológicas que penetram no trato geniturinário e em gestantes; porém, os estudos que apontam as gestantes como fator de risco para BA são antigos ou inconclusivos. Objetivos: Realizar uma revisão da literatura sobre a real viabilidade do tratamento da bacteriúria assintomática em gestantes para dessa forma atualizar a literatura sobre a temática e instituir a melhor recomendação possível. Métodos: Este estudo é uma revisão integrativa da literatura realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando como base de dados o LILACS e o MEDLINE. Os descritores "Bacteriúria", "Doenças Assintomáticas" e "Gestantes" foram aplicados em conjunto com o operador booleano "AND", o que resultou em uma amostra de 14 artigos, dos quais sete foram filtrados com base nos critérios de elegibilidade, incluindo trabalhos em português, inglês e espanhol, do século XXI e disponíveis na íntegra, sendo excluídos trabalhos duplicados, teses e monografias. Resultados e conclusão: Durante a avaliação da literatura observou-se que o tratamento da BA em mulheres ainda é relevante no cenário da gestação, pois possui um viés benéfico em seu contexto geral, estando concretamente ligada a uma diminuição substancial na ocorrência de pielonefrite, baixo peso fetal, prematuridade, aborto espontâneo e efetividade na diminuição das taxas epidemiológicas de microcefalia e urosepsis. Perpetua-se, assim, a importância científica da abordagem desta terapia antibiótica em análise. Logo, através da revisão realizada no presente estudo, é possível inferir o vínculo com os achados literários, seguindo a ideologia de tratamento da BA em gestantes. Portanto, o tratamento da bacteriúria assintomática por meio de terapia antimicrobiana na mulher durante a gestação, deve-se ser uma prática seguida em todos os casos possíveis, ou seja, aqueles em que os riscos superem os benefícios, até o contexto científico atual, não apresentando contestação significativa ou argumento crítico negativo relatado no meio científico de forma concisa e confiável.
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