Introdução: O transtorno da dor gênito-pélvica/penetração ou vaginismo é definido como dor durante a relação sexual ou outra atividade sexual que envolva penetração e a contração involuntária dos músculos ao redor da abertura da vagina, com que a relação sexual seja dolorosa ou impossível. Pode estar associado a algum trauma sexual, educação sexual rígida, relações sexuais dolorosas, abuso sexual ou simplesmente não ter nenhuma associação. Embora seja considerada uma doença rara, ou seja, que acomete de 1 a 6% das mulheres no mundo, ainda não é possível determinar sua real prevalência na população, devido à escassez de estudos na literatura. Este transtorno tem início ainda no começo da vida da vida sexual da mulher tendo impacto significativo durante a menacme, período caracterizado pela vida sexual ativa no sexo feminino, trazendo consequências psicossociais, como dificuldade nas relações sexuais que acarretam impasses no desenvolvimento de relacionamentos e/ou vínculos amorosos. Objetivo: Neste trabalho visamos discutir e atualizar os dados da literatura acerca das principais estratégias para abordar o vaginismo e o impacto psicossocial causado por ele. Métodos: Este estudo é uma revisão escopo da literatura realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando como base de dados o LILACS e o MEDLINE. Os descritores "Vaginismo", "Impacto Psicossocial" e "Estratégias de Saúde" foram aplicados em conjunto com o operador booleano "AND", o que resultou em uma amostra de 10 artigos, dos quais 4 foram filtrados com base nos critérios de elegibilidade, incluindo trabalhos em português, inglês e espanhol, do século XXI e disponíveis na íntegra, sendo excluídos trabalhos duplicados, teses e monografias. Resultados: Após a revisão da literatura, foi possível identificar as estratégias mais eficazes para abordar o vaginismo e seu impacto psicológico. Destacam-se, dentre elas, a terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia sexual, tratamento farmacológico e abordagem multidisciplinar. A TCC visa modificar padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos de evitação associados ao vaginismo, resultando na redução da dor e melhoria da função sexual. A terapia sexual complementa a TCC, promovendo intimidade e reduzindo ansiedade sexual através de técnicas de sensibilização e educação sexual. O tratamento farmacológico, com relaxantes musculares e analgésicos tópicos, pode aliviar sintomas físicos temporariamente, mas deve ser integrado a outras modalidades terapêuticas para resultados sustentáveis. A abordagem multidisciplinar, envolvendo ginecologistas, psicólogos, fisioterapeutas e sexólogos, permite uma avaliação holística da paciente e a personalização do tratamento de acordo com as necessidades individuais. Conclusão: Em suma, é possível afirmar que após a análise de diversos artigos, as estratégias supracitadas têm demonstrado demasiada eficácia na redução dos sintomas do vaginismo e na melhoria da qualidade de vida das pacientes durante a menacme. No entanto, é crucial adaptar o tratamento às características únicas de cada paciente, promovendo uma abordagem centrada na paciente para otimizar os resultados terapêuticos.
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