Introdução: A sífilis na gravidez é uma preocupação global de saúde pública devido às suas graves consequências para a mãe e o feto. Essa infecção, causada pela bactéria Treponema pallidum, pode resultar em aborto, morte fetal, prematuridade, malformações congênitas e até mesmo a transmissão vertical da doença para o recém-nascido. Uma compreensão aprofundada desses aspectos é fundamental para orientar políticas de saúde e práticas clínicas eficazes, visando proteger a saúde materna e infantil. Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis em mulheres grávidas no Estado do Amazonas entre os anos de 2018 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo transversal restrospectivo, de caráter quantitativo, realizado a partir de coleta de dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através de notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Por se tratar de dados públicos, não foi necessária aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa Resultados: Foram notificados 10267 casos de sífilis em grávidas no Amazonas entre 2018 e 2023. O ano com maior número de casos registrados foi 2022 com 2159 casos e o ano de menor incidência foi 2023 com 975 casos. Durante o triênio 2018-2020 não houve grande variação, com média anual de 1671,6 notificações. Observou-se uma maior incidência na faixa etária de 20 a 39 anos (70%), quando comparada a 15 a 19 anos (26,4%), 40 a 59 anos (2,3%) e 10 a 14 anos (1,4). Analisando a raça, percebeu-se maior acometimento de mulheres pardas (84,7%), seguido das raças branca (6,4%), preta (3,4%), indígena (2,9%) e amarela (0,6%). A análise espacial revelou que 74,3% das mulheres eram procedentes da capital Manaus e o restante dos munícipios do interior do Estado. Com relação a escolaridade, foi evidenciado também que 55% das mulheres não possuiam ensino médio completo, e deste grupo mais da metade (54,3%) não concluiu o ensino fundamental II. Conclusão: A partir do exposto, observa-se altas taxas de notificação de sífilis em mulheres grávidas no estado do Amazonas. O perfil mais prevalente foi de mulheres pardas, na faixa etária de 20 a 39 anos com baixa escolaridade residentes da zona urbana. Haja vista o caráter de alarme diante de tais estatísticas, é necessário melhor direcionamento das políticas públicas de saúde.
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