Introdução: O microbioma vaginal refere-se à comunidade de microrganismos, incluindo bactérias, fungos e vírus, que residem naturalmente no trato vaginal de uma mulher. Esses microrganismos desempenham um papel crucial na manutenção da saúde vaginal, ajudando a prevenir o crescimento de patógenos prejudiciais, mantendo o equilíbrio do pH e apoiando o sistema imunológico local. Um microbioma vaginal saudável está associado a uma menor incidência de infecções, como vaginose bacteriana e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Esse ambiente é dominado por Lactobacilos, que produzem ácido láctico e outros compostos antimicrobianos, criando um ambiente hostil para patógenos causadores de ISTs. Desequilíbrios nesse microbioma, como a vaginose bacteriana, podem aumentar a suscetibilidade a infecções por HIV, gonorreia, clamídia e outros agentes. Compreender a relação entre o microbioma vaginal e as ISTs abre novas perspectivas para a prevenção e o tratamento. Intervenções que visam modular o microbioma, como o uso de probióticos ou prebióticos, podem ser promissoras para reduzir o risco de aquisição de ISTs e melhorar a saúde reprodutiva feminina. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura sobre a prevenção e tratamento do desequilíbrio do microbioma vaginal e sua relação com a susceptibilidade para infecções sexualmente transmissíveis e atualizar a literatura sobre a temática com as evidências mais recentes. Métodos: Este estudo é uma revisão integrativa da literatura realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando como base de dados o PubMed, LILACS, SciELO e o MEDLINE. Esse resumo foi desenvolvido com base em uma Revisão Integrativa, visando a síntese dos resultados obtidos nas pesquisas de maneira abrangente e ordenada. Como critério de seleção, a busca foi limitada a artigos publicados entre os anos de 2018 a 2024, utilizando somente aqueles publicados nos idiomas português e inglês. Os descritores “Microbioma vaginal”, “Infecções Sexualmente Transmissíveis”, “Prevenção” e “Tratamento" foram aplicados em conjunto com o operador booleano "AND", o que resultou em uma amostra de 76 artigos, dos quais 60 foram filtrados com base nos critérios de elegibilidade e disponíveis na íntegra, sendo excluídos trabalhos duplicados, relatos de caso, não escritos nas línguas selecionadas e monografias. Resultados e conclusão: Após a revisão da literatura, foi possível identificar as estratégias mais eficazes para abordar a susceptibilidade às infecções sexualmente transmissíveis por desequilíbrio do microbioma vaginal. Para prevenir e tratar do desequilíbrio é importante manter ambientes vaginais livres de inflamação e dominados por lactobacilos. A produção de ácidos orgânicos pelos lactobacilos mantém o pH vaginal menor ou igual a 4,5 criando um ambiente inóspito que inibe o crescimento de patógenos causadores de ISTs. Outro ponto de ênfase dos artigos foi atentar-se ao uso de antibióticos que eliminam bactérias benéficas, permitindo o crescimento de patógenos, prática de ducha vaginal que perturbam o equilíbrio natural do microbioma e aumenta o risco de DSTs, ter múltiplos parceiros sexuais visto que a microbiota do parceiro pode influenciar a composição do microbioma vaginal e por fim, consumir probióticos e iogurte natural com lactobacilos.
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