A depressão pós-parto é uma condição psicoemocional que aflige muitas mulheres após a concepção, manifestando-se de sintomatologia específica, como tristeza profunda, ansiedade e falta de interesse pelas atividades diárias. Suas causas são multifatoriais, incluindo alterações hormonais, fatores genéticos, estresse emocional, falta de suporte social e comorbidades como transtornos de humor pré-existentes. Além disso, a conduta de rejeição do bebê e abandono por parte da mãe aumentam a necessidade de investigar novos meios para essa tratativa, perpetuando o vínculo mãe-filho que deveria ser costumeiro. Atualmente, a prevenção da depressão pós-parto no período pré-natal é uma área de foco crescente na obstetrícia, envolvendo estratégias como o rastreamento de fatores de risco, apoio psicológico e emocional, redes de apoio social e educação sobre saúde mental durante a gestação. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar a aplicabilidade do uso de imagens fetais em realidade virtual para a mãe na prevenção da depressão pós-parto. E de modo secundário: Investigar o impacto da exposição a imagens fetais em realidade virtual na redução da ansiedade durante a gestação, no fortalecimento do vínculo mãe-bebê e na promoção do bem-estar emocional pós-parto. A metodologia do estudo envolveu uma revisão de literatura qualitativa sob uso de descritores indexados no Decs (Depressão pós-parto; Pré-Natal; Realidade Virtual), seus critérios de inclusão abrangeram estudos publicados nos últimos 10 anos, nas bases de dados Pubmed, Lilacs, Cochrane e MedLine, focados em psicoadaptacao utilizando realidade virtual durante a gestação e seus efeitos na saúde mental materna. Já os critérios de exclusão consideraram estudos com amostras não representativas, intervenções diferentes da realidade virtual e ausência de resultados relacionados à depressão pós-parto. A análise qualitativa abordou a eficácia percebida pelas gestantes, impactos emocionais e recomendações para futuras práticas clínicas. Os resultados mostraram que o uso de óculos de realidade virtual (VR) foi bem-sucedido na visualização de imagens fetais para prevenir a depressão pós-parto, sendo mais afetivas que imagens de ultrassom em morfológicas convencionais. Por exemplo, o modelo XVR-500 demonstrou excelente conforto e imersão, permitindo que as gestantes visualizassem imagens 3D detalhadas do feto durante as consultas pré-natais. A sugestão é realizar três sessões de realidade virtual durante o pré-natal, espaçadas a cada trimestre, pois essa frequência contribui para a familiarização gradual da gestante com a tecnologia, promove o fortalecimento do vínculo mãe-bebê ao longo da gestação e ajuda a reduzir a ansiedade associada ao parto e à maternidade. A conclusão deste estudo ressalta o impacto positivo da realidade virtual (VR) na prevenção da depressão pós-parto. A imersão gradual em imagens fetais, através de óculos VR, estimulou de maneira moduladora os lobos temporais, associados à regulação emocional e ao vínculo afetivo. Essa estimulação pode influenciar a harmonia de neurotransmissores como serotonina e oxitocina, implicados na saúde mental perinatal. A incorporação da tecnologia mostrou potencial para reduzir o uso de antidepressivos no puerpério, oferecendo uma abordagem não farmacológica inovadora e eficaz para o cuidado emocional durante a gestação.
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