A laqueadura, também conhecida como esterilização tubária, é um método contraceptivo seguro e eficiente, de caráter cirúrgico, para mulheres que desejam a contracepção permanente. Durante a laqueadura, é realizada a ligadura tubária, podendo ser feito por via vaginal (colpotomia ou histeroscopia) ou abdominal (videolaparoscopia e laparotomia), todos impedindo a fecundação. Muito além de prevenir a gravidez, a laqueadura promove maior conforto emocional e sexual para mulheres que não desejam mais ter filhos, tornando-se também um método de promoção de melhor qualidade de vida. Desse modo, é importante avaliar o acesso dessas mulheres à contracepção desejada, em especial na Região Norte do Brasil, local permeado por inúmeros obstáculos geográficos no acesso à saúde. O presente estudo tem como objetivo avaliar a incidência de utilização da laqueadura como método contraceptivo na Região Norte entre os anos de 2018 e 2022. Foi realizado um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, utilizando dados obtidos do Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS). Foram incluídos dados consolidados dos estados da Região Norte, no período de 2018-2022. Utilizou-se o programa Excel para elaboração dos gráficos e tabelas. No período do estudo foram registrados? 14.462 procedimentos de laqueadura tubária na região avaliada, representando 7,9% do total de procedimentos a nível Brasil. Em 2022, a realização de laqueaduras na Região Norte foi quase o dobro em relação ao ano anterior, correspondendo a 99% de realização de novos procedimentos. O Pará com 44,7%, Amazonas com? 16,7% e Rondônia com 15,4%, foram os estados da região com maior incidência no período de 2018 a 2022. Com isso, conclui-se que os estados da Região Norte apresentam baixo número de realização de laqueaduras tubárias, com grande disparidade entre o estado de maior incidência (Pará) e os demais. Tal fato torna explícito o acesso limitado das mulheres nortistas ao método contraceptivo permanente, bem como a dificuldade de integração das regiões mais afastadas geograficamente. Desse modo, políticas públicas voltadas ao Planejamento Familiar são essenciais, a fim de ampliar a adesão dessas mulheres aos serviços de saúde reprodutiva e aumentar o acesso a diversas opções de contracepção em todos os municípios da região.
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ASSAGO
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Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023