A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum. Em sua forma adquirida, essa doença apresenta uma variedade de manifestações clínicas, que são categorizadas em fases, cada uma com sinais e sintomas específicos. Apesar de ser uma doença evitável, os níveis de sífilis ainda mostram-se elevados na Região Norte do Brasil, concretizando a doença como um problema de saúde pública. Em se tratando de crianças e adolescentes, tais dados se tornam ainda mais alarmantes, pois demonstram uma vida sexual precoce e sem segurança, podendo até mesmo ser fruto de abusos e explorações. Além disso, torna explícito diversas falhas na promoção de saúde e qualidade de vida em uma fase tão crucial para o desenvolvimento humano. O presente estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de sífilis adquirida em adolescentes do sexo feminino, na Região Norte do Brasil. Foi realizado um estudo epidemiológico retrospectivo e descritivo, utilizando uma abordagem de dados secundários com base em informações do sistema Sinan Net, disponibilizado pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). As informações incluem casos confirmados de sífilis em crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos de idade que residem na Região Norte, no período de 2018 a 2022. No período avaliado, foram notificados 3379 casos confirmados de sífilis adquirida em crianças e adolescentes entre 10 a 19 anos nos 7 estados da região Norte, sendo as maiores ocorrências no Amazonas com 30,9% dos casos, Pará 21,7% e Rondônia 13,6%. Em relação à escolaridade, do total de casos notificados na região Norte, 77% não são alfabetizadas, situação mais encontrada no Pará com 81,2%, seguido do Amazonas 77% e Rondônia 73,3%. A raça mais descrita foi a parda com 74,7% dos casos e, as menos descritas foram amarela e indígena, com 1,48% e 3%, respectivamente. Os casos de sífilis adquirida tiveram maior incidência entre 15 a 19 anos (93%), sendo 31% representado pelo Amazonas e 22% pelo estado do Pará. Desse modo, conclui-se que os estados da região Norte apresentam elevados números de sífilis adquirida, o que pode revelar aspectos comportamentais como precoce sexarca, com preocupantes consequências de possíveis coinfecções, além de suscitar lacunas quanto às estratégias de saúde e políticas públicas. São necessárias mudanças estruturais e medidas preventivas, com vistas a promover qualidade de vida e redução de vulnerabilidades nessa população.
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