Internações por endometriose no Amazonas

  • Autor
  • Jennifer Victoria da Silva Bentes
  • Co-autores
  • Karen Gabrielle Santos Saunier , Frida Chaves Giordani
  • Resumo
  • Introdução: A endometriose é uma condição crônica e frequentemente debilitante que afeta milhões de mulheres mundialmente. Caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, a endometriose pode causar uma ampla gama de sintomas, incluindo desde dor pélvica crônica e disfunção menstrual a sintomas gastrointestinais. Devido à sua sobreposição de sintomas, é frequentemente subdiagnosticada ou diagnosticada com atraso, resultando em um impacto substancial na qualidade de vida das pacientes. Desse modo, a pesquisa contínua sobre endometriose é crucial para melhorar o desfecho das pacientes acometidas por essa patologia. Objetivos: Descrever o quantitativo de internações por endometriose no Estado do Amazonas no período de 2018 a 2023. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, cujos dados foram coletados a partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O corte temporal analisado foi de 2018 até 2023. As variáveis analisadas foram: ano de internação, faixa etária, cor/raça e média de permanência. Resultados: No período analisado ocorreram 899 internações por endometriose no estado do Amazonas, sendo a faixa etária de 40-49 anos a mais acometida, com 322 internações, seguida pelas faixas etárias de 30-39 anos (206) e 50-59 anos (156). O ano com maior número de internações foi 2023, com 217, seguido pelos anos de 2022 (209) e 2021 (136). A raça mais acometida foi a raça parda, com 638 internações. A média de permanência foi de 2,7 dias, sendo a raça indígena a com maior média, com 3,9 dias Já entre as faixas etárias, as que lideram esse dado são as faixas de 15-19 anos e 30-39 anos, ambas com 2,9 dias de média de permanência. Conclusões: Conforme avaliado, percebe-se maior quantitativo de internações no Amazonas de mulheres pardas e na faixa dos 30 a 39 anos, sendo destoante dos achados nacionais. Isso sugere diagnóstico tardio e maior vulnerabilidade desse grupo social no estado. Outro resultado relevante é a maior média de permanência entre pacientes indígenas, quando em comparação às outras etnias. Não foram encontrados na literatura trabalhos que se aprofundem no acometimento dessa população pela endometriose. Porém, já existem trabalhos acerca dos aspectos culturais da dor nas populações indígenas, onde esse sintoma é visto como uma aspecto inerente à vida, e, não necessariamente, uma justificativa para busca de auxílio médico. Portanto, tendo em vista que o principal sintoma relacionado com a endometriose é a dor, uma possível explicação para essa maior média de permanência seria o atraso na busca por atendimento médico por parte das mulheres indígenas com endometriose, levando à maior gravidade do caso no momento da internação e consequente necessidade de maior tempo de atenção médica. A endometriose é uma doença que, quando não controlada, pode ser prejudicial para a qualidade de vida das pacientes, principalmente quando diagnosticada tardiamente. Dessa forma, espera-se que sejam feitas medidas de saúde voltadas para o diagnóstico precoce e para educação da população, especialmente aquelas mais vulneráveis, para prevenir quadros mais graves e internações prolongadas.

  • Palavras-chave
  • Amazonas, Endometriose, Saúde da Mulher.
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  • Epidemiologia e estatística
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