O Amazonas, possui a maior área de extensão do Brasil. Devido às grandes distâncias, majoritariamente, algumas áreas podem apenas ser acessadas através de rios, traduzido em condições de saúde e seguridade precárias em certas localizações. Assim, gestantes são postas em risco devido a situações como baixa quantidade de profissionais capacitados, insumos reduzidos, e dificuldade de acesso a centros de referência. Compara-se o grau de assistência ao parto de acordo com a porcentagem de cesáreas por grupo de Robson nas microrregiões do Amazonas, ao considerar indicadores de assistência ao parto de mulheres das seguintes áreas: Juruá e Manaus; as quais representam, respectivamente, a região mais precária do estado do Amazonas e região da capital, entre 2018 a 2022. O estudo tem caráter epidemiológico, descritivo, e ecológico, baseado em dados secundários provenientes da plataforma “observatório obstétrico”. Logo, nota-se que em Manaus houve um aumento nas porcentagens gerais de cesáreas entre os anos de 2018, com 45,1%, e 2022, com 48% dos nascidos vivos; assim como na microrregião de Juruá, com 33,7% em 2018, e 36,2% em 2022. No grupo de Robson 1, percebe-se aumento da porcentagem de cesariana, de 43,3% para 46,8% na região da capital; enquanto Juruá teve queda de 36,8% para 29,4%. No grupo 2 de Robson, há uma notável constância em Manaus, variando de 67,1% a 66,2%, enquanto em Juruá há altos índices, oscilando entre 60% (2019) e 85,6% (2022). No grupo 3 de Robson, há aumento de 16,8% a 19,8% em Manaus, enquanto Juruá apresenta constância entre 12,1% e 12,9%, com pico de 14,1% em 2020. No grupo 4 de Robson, na capital, há tendência de queda até 2021 (44,1% a 38,5%), com retomada da subida em 2022 (42,4%); em Juruá há um aumento abrupto de 48,5% a 67,1%. Os demais grupos não demonstraram-se relevantes neste estudo. Em Juruá, o número de nulíparas com parto induzido foi de, em média, 77,4% em comparação com Manaus, com 64,9%, indicando uma indução notória de partos na região afastada, ou uma dificuldade de acesso à saúde obstétrica para nulíparas. Por fim, observa-se que Manaus tem menor taxa de parto induzido de multíparas em comparação com a região de Juruá, corroborando com a ideia de maior indução de partos nesta. Em ambas as regiões, sempre apresenta-se valores muito acima da meta da OMS, demonstrando clara discrepância no atendimento à gestante em âmbito estadual.
Comissão Organizadora
ASSAGO
Comissão Científica
Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
Patricia Brito
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Carlos Henrique
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023