Mortalidade materna por hemorragia pós-parto no Amazonas 2002 a 2022
Introdução: Hemorragia pós-parto encontra-se entre as principais causas de óbito materno, mesmo sendo amplamente evitável e tratável, logo o acompanhamento obstétrico adequado seguido do devido tratamento é essencial para o sangramento não resultar em óbito, portanto é importante o domínio sobre o tema por parte do médico para evitar esse tipo de desfecho. Objetivo: Analisar a taxa de mortalidade materna devido a hemorragia pós-parto no Amazonas durante o período de 2002 a 2022 e calcular a Razão de Mortalidade Materna (RMM). Métodos: Este é um estudo descritivo populacional, com análise de registro retrospectivo de série temporal, usando-se dados disponibilizados pelo Ministério de Saúde, através do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do período compreendido, delimitando-se ao estado do Amazonas e com foco na categoria do CID-10: O72 Hemorragia pós-parto. Considerou-se informações do total de 1.235 óbitos de mulheres entre 10 e 49 anos de idade categorizados como “óbito materno” no estado do Amazonas entre 2002 e 2022 e o total de 1.591.260 de nascidos vivos no estado do Amazonas do mesmo período obtidos através do SINASC para calcular a RMM a cada 100 mil nascidos vivos. Foram analisadas as seguintes informações: Categoria do CID-10, raça/etnia, faixa etária, escolaridade e ano de óbito. Resultados: Durante o período estudado, houveram 71 óbitos por hemorragia pós parto, sendo a 6º maior causa de morte materna no estado do Amazonas com Razão de Mortalidade Materna por Hemorragia de 4,46 a cada 100.000 nascidos vivos. Com hemorragia pós-parto em 2004, 2011, 2012 houve 1 óbito em cada ano e pico de 8 óbitos em 2018, sendo a média de 3,55 óbitos por ano, a faixa etária mais expressiva foi de 30 a 39 anos de idade com 30 óbitos representando 42,2%, a etnia mais numerosa foi a parda com 41 óbitos representando 58% do total e a escolaridade com mais casos foi a de 8 a 11 anos de estudo (ensino médio incompleto) com 26 óbitos, representando 36,6 % dos casos. Conclusão: Os dados obtidos reiteram o fato de que a hemorragia pós-parto é uma das principais causas de morte materna e reforçam a necessidade de conhecimento sobre o manejo da paciente para evitar desfechos evitáveis. Houve aumento significativo dos casos durante o período observado, o que pode sugerir maior necessidade de monitoramento das pacientes, melhor manejo das hemorragias pós-parto e também atenção para reconhecimento de casos potencialmente graves. Além disso, baseado nos resultados pode-se assumir que o perfil das pacientes é muito influenciado pelas características sociodemográficas da região observada, com grande predomínio dos pardos no Amazonas, diferente do Brasil que possui brancos e pardos em níveis semelhantes.
Comissão Organizadora
ASSAGO
Comissão Científica
Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
Patricia Brito
Claudia Soeiro
Carlos Henrique
Anderson Gonçalves
Hilka Espírito Santo
assago2017@gmail.com
JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023