As crises asmáticas possuem impacto na morbidade e mortalidade materna e fetal. Pontua-se que 4% a 8% das gestações se complicam em detrimento da asma, sendo esta a doença crônica mais comum na gravidez. Ademais, as exacerbações, geralmente, ocorrem no segundo trimestre de gestação e relacionam-se com as mudanças hormonais, com maior vulnerabilidade a infecções virais, com o tratamento inadequado da asma e com vários outros fatores. Esse estudo justifica-se pela relevância e recorrência das complicações fetais, como nascimento prematuro e baixo peso do recém-nascido, e em gestantes, visto que 5,8% dessas foram hospitalizadas por exacerbações, como a pré-eclâmpsia. Diante do quadro de crises asmáticas que acometem a mulher na gestação, é essencial evidenciar quais as principais causas e complicações dessas exacerbações. Objetiva-se com este trabalho, portanto, qualificar as consequências diferenciais do quadro clínico asmático em gestantes, validar benefícios de manejo clínico e seu respectivo prognóstico, segundos dados da literatura disponível e disseminar resultados capazes de contribuir para capacitação profissional. Os métodos adotados envolveram uma revisão integrativa de literatura, destinada a analisar de forma descritiva o conteúdo disponível nos bancos de dados PubMed e Lilacs sobre o tema em questão. Para esta pesquisa, foram empregados os descritores "asthmatic crisis", "asthma symptoms", "asthma exacerbations", "exacerbations of asthma" utilizando o operador booleano OR, juntamente com os termos "pregnant" e "pregnancy", também com o operador booleano OR. A busca foi conduzida em maio de 2024, abrangendo os anos mais recentes até 2019. Um total de 127 resultados foram obtidos, dos quais 23 foram incluídos devido à sua relevância para os principais aspectos relacionados ao manejo, sintomas e fatores associados à exacerbação da asma durante a gravidez. Os demais foram excluídos por não atenderem a esses critérios de inclusão. A partir dos estudos analisados é possível inferir que a principal causa para crise asmática durante a gravidez é a suspensão da medicação de manutenção durante a gestação. Além disso, o ganho de peso associado a gravidez é um dos maiores desencadeadores de exacerbações, assim como a exposição ao tabaco, a animais domésticos, poeira e alérgenos. Quanto ao manejo da crise asmática, será realizado de acordo com o momento. Dessa forma, quando ocorre no período pré parto, utiliza-se o corticoide sistêmico, B2 agonista de curta duração e deve-se orientar a paciente quanto ao caráter inócuo do tratamento de asma para a gestação e a importância de sua continuidade. No entanto, se ocorrer durante o parto, é importante manter a saturação da grávida entre 94 e 98, utilizar o B2 agonista de curta duração, um corticoide sistêmico, realizar inalação de O2, além de monitorizar o feto. Em suma, a crise asmática na gestação ocorre, principalmente, devido à suspensão da medicação de manutenção, devendo haver melhor orientação para que a gestante continue o tratamento. Outro ponto importante é que caso haja crise durante o parto, deve-se manter uma boa saturação, monitorizar o feto e as medicações acima citadas.
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