A asma é caracterizada pela obstrução das vias aéreas devido a uma reação de hiper-responsividade a qual cursa com dispneia, tosse, opressão torácica e sibilos. Além disso, está entre as doenças crônicas mais comuns entre a população gestante, necessitando de uma conduta clínica minuciosa, devido aos seus possíveis desfechos de gravidade em relação à mãe e também ao feto. Esse estudo justifica-se pela importância da compreensão acerca das medicações utilizadas no tratamento da asma levando em consideração as alterações a níveis hormonais, respiratórios e imunes que a gravidez traz para o curso da doença, a fim de reduzir o risco de exacerbações e possíveis malformações congênitas nos fetos, principalmente durante o primeiro trimestre. Objetiva-se analisar as principais malformações congênitas fetais, que possuam como etiologia o tratamento de asma durante o período gestacional, além de realizar um comparativo quanto aos medicamentos utilizados e seus riscos potenciais. Os métodos empregados consistiram em uma revisão integrativa de literatura, cujo objetivo foi analisar descritivamente o conteúdo disponível nos bancos de dados PubMed e Lilacs sobre o tema em questão. Para essa investigação, utilizamos os descritores "asthma", "pregnant", "pregnancy", "hereditary diseases", "anomalies", "congenital" e "medications", combinados com o operador booleano OR. A busca foi realizada em maio de 2024, incluindo estudos publicados até o ano de 2005. Foram identificados 50 resultados, dos quais 10 foram selecionados devido à sua pertinência para os principais aspectos relacionados às malformações congênitas e fetais associadas aos medicamentos utilizados para o tratamento da asma em gestantes. Os demais estudos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão estabelecidos. Foram considerados apenas os estudos únicos, sem repetição de metodologia e/ou de resultados encontrados de um mesmo estudo em plataformas distintas. Dentre os resultados sobre o tema exposto, infere-se que o primeiro trimestre da gravidez é o período onde há mais riscos de má formação fetal, porém, os medicamentos para o controle da asma são essenciais ao longo de toda gestação, ainda que possam advir riscos. Estudos mostraram que corticosteroides inalados estão relacionados com a maior chance de atresia anal, além de mostrar que a terapia combinada com beta-agonista de curta duração ou com imunoterapia inespecífica anti-ImunoglobulinaE também pode estar relacionada com malformações. Ademais, ressaltou-se a importância do controle da Asma, visto que uma Asma não controlada aumenta o risco de parto pré-termo e descolamento prematuro de placenta, isso implica em um maior risco de alcalose no plasma materno visto a diminuição da saturação de oxigênio. Logo, a continuação do tratamento para a asma da pessoa grávida diminui o sofrimento fetal e diminui a chance de má formação. Em síntese, o uso de medicamentos para asma não se correlacionou com a maioria dos defeitos congênitos examinados, apesar de estudos mostrarem a relação com atresia anal. Os riscos da interrupção do tratamento e da exacerbação asmática superam os riscos associados ao uso dessas medicações. A continuidade do tratamento é crucial para o bem-estar da mãe e do bebê, exigindo discussões mais aprofundadas para orientar adequadamente.
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