Perfil epidemiológico das internações por endometriose no Brasil nos anos de 2019 a 2023

  • Autor
  • Juliana Vianna Gonzalez Pazos
  • Co-autores
  • Janaína de Oliveira e Castro , Sophia Helena Vitte , Carlos Germano Pinheiro Rocha , Maria Antônia Costa Crus Akabane , Ruben Costa Santos Neto , Marcelle Rodrigues Carneiro de Souza Reis
  • Resumo
  •  Introdução: A endometriose, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, é uma condição crônica que afeta milhões de mulheres no mundo. Estima-se que 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva sejam afetadas pela endometriose, tornando-a uma das principais causas de dor pélvica crônica, infertilidade e comprometimento da qualidade de vida. Portanto, compreender a epidemiologia desta condição é crucial para orientar estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e manejo clínico mais eficazes, visando minimizar o impacto dessa doença debilitante nas mulheres. Objetivos: Discutir e investigar a epidemiologia das internações por endometriose no Brasil entre os anos de 2019 a 2023, visando compreender o perfil da população mais acometida pela doença e os fatores associados. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, acerca da internação por endometriose no Brasil entre os anos de 2019 a 2023, a partir da coleta de dados na base Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) no DATASUS. As variáveis coletadas foram por  região de ocorrência, ano de atendimento, faixa etária e cor. Será utilizado, neste estudo, estatística descritiva com frequência das internações e uso da taxa de internação por endometriose/ano, que foi calculada dividindo o número de internações por endometriose pelo número de internações total pelo sexo feminino * 1000. Foi utilizado o software Microsoft Excel para tabulação de planilhas e para cálculo da taxa de internação. Resultados: Durante os anos de 2019 a 2023, o Brasil testemunhou um aumento nas internações de pacientes do sexo feminino devido à endometriose ou suas complicações, totalizando 3.449.680 casos. A tendência nacional revelou um crescimento nas internações, destacando-se as regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste com aumentos de 0.7%, 1.5% e 4.8%, respectivamente. A nível nacional, houve uma variação de +0.019%, resultando em 7.133.872 internações em 2023. A região Sudeste liderou tanto em número absoluto de internações, com 13.313.218 casos, quanto na taxa de internações por 100.000 habitantes por ano, atingindo 2.29. Mulheres entre 40-49 anos destacaram-se como o grupo etário com o maior número absoluto de internações (24.852) e a maior taxa de internações por 100.000 habitantes (356.43), apresentando um aumento de 35.6% desde o início da série até 2023. Em relação à raça, mulheres pardas foram as mais internadas, totalizando 25.434 casos no período analisado. O número absoluto de internações desse grupo aumentou em 49.4 vezes entre 2019 e 2023, subindo de 171 para 8.444 casos. Conclusão: Os dados revelam um aumento no número de internações pelas suas complicações nos últimos anos, com a liderança dos casos ocorrendo nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, entre a população parda, na faixa etária de 40 e 49 anos. É plausível que o motivo seja pelo aumento de diagnósticos, devido à maior consciência sobre o assunto e seus sinais e sintomas. Assim, por ser uma doença altamente debilitante, urge a necessidade cada vez mais precoce de sua identificação, para reduzir suas possíveis complicações. Ademais, vê-se a necessidade da construção de bancos de dados que avaliem todos os aspectos, desde a busca ao serviço, do diagnóstico ao tratamento.

  • Palavras-chave
  • Endometriose; epidemiologia; internações
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Epidemiologia e estatística
Voltar
  • Atenção primária
  • Ciência básica e translacional
  • Cirurgia ginecológica e uroginecologia
  • Contracepção
  • Doenças do trato genital inferior
  • Doenças sexualmente transmissíveis
  • Endocrinologia ginecológica
  • Endoscopia ginecológica
  • Ensino e Treinamento
  • Epidemiologia e estatística
  • Ética
  • Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino
  • Ginecologia geral
  • Ginecologia pediátrica e do adolescente
  • Gravidez de alto risco
  • Imagem
  • Mastologia
  • Medicina fetal
  • Multidisciplinaridade
  • Obstetrícia
  • Oncologia ginecológica
  • Qualidade de Vida
  • Reprodução humana
  • Sexualidade

Comissão Organizadora

ASSAGO

Comissão Científica

Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
Patricia Brito
Claudia Soeiro
Carlos Henrique
Anderson Gonçalves
Hilka Espírito Santo

assago2017@gmail.com

JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023