Introdução: O atendimento pré-natal é primordial para a boa assistência e qualidade de cuidados na saúde do binômio mãe/feto, e deve ser umas das prioridades na assistência básica de saúde. No entanto, observa-se que a rede básica apresenta grandes deficiências e dificuldades de suprir essa demanda e desenvolver estratégias de assistência pré-natal de qualidade, levando a desfechos maternos e neonatais negativos, que repercutem no âmbito social e econômico. Objetivo: Avaliar aspectos da cobertura e da qualidade da assistência pré-natal ofertada na rede básica e seu impacto no desfecho obstétrico e neonatal. Métodos: Estudo quantitativo, transversal, retrospectivo e observacional, realizado por meio da análise de prontuários e de cartões de pré-natal de puérperas internadas no Alojamento Conjunto de uma maternidade pública de referência. Todas as pacientes participantes assinaram o TCLE e a pesquisa foi aprovada pelo CEP (CAAE 60717522.6.0000.5020). Resultados: Dos prontuários selecionados encontramos 14% com até 5 consultas e 86% com 6 consultas ou mais. O início do pré-natal ocorreu no primeiro trimestre em 73% e 29% realizaram exames laboratoriais somente uma vez, sendo que 95,6% não realizaram as sorologias para TORCH, 64% não realizou exame sumário de urina (EAS) com cultura e nenhuma paciente realizou pesquisa de Streptococcus grupo B. Quanto ao registro do controle dos níveis pressóricos e ganho ponderal, 20% não possuía o registro em todas as consultas e 88% não tinham registro do crescimento uterino. Cerca de 94% das pacientes realizaram atualização no calendário vacinal e 73% realizaram exame de imagem em todos os trimestres da gravidez. A taxa de prematuridade foi de 24% e foi de 56% a taxa de parto cesáreo, sendo hipertensão arterial a principal indicação (20%). Conclusão: Aprimorar as ações e as estratégias de assistência do pré-natal na rede básica é crucial para a melhoria dos desfechos obstétrico e neonatal. Priorizar a qualidade do atendimento, bem como a efetiva e oportuna oferta de exames complementares, pode diminuir os riscos obstétricos e reduzir as taxas de cesárea e a ocorrência de prematuridade.
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