Economia solidária e trabalho coletivo nos grupos de mulheres agricultoras e artesãs do Seridó Potiguar

Economia solidária e trabalho coletivo nos grupos de mulheres agricultoras e artesãs do Seridó Potiguar

• Autor
• ANELISSE S PINHEIRO
• Co-autores
• Emily Kadidja de Medeiros
• Resumo

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  A economia solidária pode ser compreendida, de acordo com Singer (2008), como uma economia que prioriza a igualdade de direitos entre aqueles que compõem os empreendimentos solidários. Nesses espaços, predomina a coletividade e a gestão democrática das ações, baseadas nos princípios de solidariedade, autogestão e cooperação. É com base nesses princípios que atuam os grupos de mulheres agricultoras e artesãs assessorados pela Cáritas Diocesana de Caicó, os quais, juntos, compõem o Fórum de Mulheres de Economia Solidária do Seridó. Esses grupos produzem e comercializam de forma solidária, mediante o trabalho coletivo realizado pelas mulheres. Desta forma, objetiva-se, com este trabalho, analisar como os grupos de mulheres assessorados pela Cáritas compreendem e praticam a economia solidária. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos princípios da economia solidária, além de trabalhos de campo junto aos grupos, para conhecer a realidade dos mesmos e analisar como se dá a gestão dos empreendimentos solidários. Foram visitados 10 grupos de mulheres localizados nos municípios de Lagoa Nova e Bodó, no Rio Grande do Norte, quando foi possível realizar rodas de conversa com as participantes. Observou-se, com a pesquisa, que a Cáritas promove atividades formativas sobre a temática da economia solidária, contribuindo com a autogestão dos grupos e com o desenvolvimento das atividades centradas na produção e na comercialização, promovendo o fortalecimento da luta por trabalho igualitário no que se refere às mulheres. Essa articulação promove uma valorização do trabalho coletivo (Gaiger, 2003), favorecendo uma melhoria da renda das mulheres inseridas nos empreendimentos solidários. Nesse sentido, a inserção da perspectiva da economia solidária nos grupos de mulheres contribui com o desenvolvimento da autonomia e do fortalecimento do trabalho feminino, já que as experiências de geração de renda surgem como possibilidades de acesso à propriedade dos meios de produção mediante a propriedade coletiva e a partilha dos rendimentos obtidos com a comercialização da produção. Com o trabalho coletivo, as mulheres conseguem desenvolver atividades econômicas baseadas no companheirismo e na gestão democrática (Nobre, 2003). Nas feiras que as mulheres participam elas comercializam mercadorias produzidas coletivamente, como: frutas, legumes, verduras, bolos, salgados e artesanatos. Além dessas feiras, elas também comercializam os produtos da economia solidária para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), gerando renda para as mulheres. Portanto, observa-se que onde a perspectiva da economia solidária é implementada há um impacto significativo na vida das mulheres, ao desempenhar um papel fundamental na construção de saberes e na promoção da coletividade, contribuindo, dessa forma, para a diminuição das desigualdades de gênero no campo, ao promover o trabalho realizado pelas mulheres. 

• Palavras-chave
• Economia solidária, grupos de mulheres, trabalho coletivo.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 7 - Dinâmicas ambientais e territoriais do sertão semiárido

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