O século XVI foi um período de grandes transformações, principalmente, a partir das viagens ultramarinas. Com a vinda dos europeus para o continente americano, provocou-se uma grande preocupação sobre a dimensão global e compreensão das múltiplas culturas até então “desconhecidas”. Diante desse cenário os viajantes exploraram essas regiões, já habitada há séculos, dedicaram a projetos religiosos de convenção, desempenhados por vários religiosos, dos quais destacam-se os membros da Companhia de Jesus. Conduzidos, na maioria das vezes, sob as ordens do padroado real, um sistema que concedia à Coroa Portuguesa o controle sobre a organização das missões religiosas, incluindo o envio dos jesuítas ao 'Novo Mundo'. Esse arranjo garantia que os expedicionários religiosos, fossem enviados com a missão de converter os povos indígenas e consolidar a influência da coroa.. Esse movimento intensificou a produção de relatos, uma vez que havia a necessidade de escrutinar todas as novidades que o contato proporcionou, assim, as veiculando para a Europa. A escrita dos jesuítas nas missões seguia uma lógica padronizada, influenciada diretamente pelas Constituições. Os relatórios, tratados e cartas seguiam uma estrutura recorrente que enfatizava a obediência aos superiores, a exaltação dos sucessos missionários e a apresentação de desafios e necessidades. Esses textos, produzidos em grande quantidade e regularmente, criaram uma base de conhecimento que transcendeu as missões individuais, contribuindo para a construção de um corpo de literatura jesuítica sobre a colônia do Brasil. Deste modo, o poder da escrita dos cronistas expedicionários moldou o compreendimento do continente americano, onde o conquistador, em sua palavras, formam aquilo que é compreendido enquanto verdade sobre as populações já existentes no espaço territorial geográfico, sustentando seus relatos a partir dos padrões e valores da sua própria cultura, a européia, atendendo os ideias do Velho Mundo. Dessa maneira os discurso de colonização, as informações colhidas e perpassadas estão diretamente ligadas com suas demandas econômicas, políticas, religiosas. De maneira a fundamentar os mais variados estereótipos e narrativas acerca da experiência da conquista, noticiados e consumidos pelos letrados europeus. Para tanto, utiliza-se dessa análise o tratado opúscular Do princípio a origem dos índios do Brasil e de suas costumes escrito pelo padre jesuíta Fernão Cardim por volta de 1584, durante sua vinda ao Brasil. Seus escritos fazem parte do mesmo grupo de produção literária de viajantes, colonos e religiosos, onde, no contexto no qual se encontravam, relatam suas descobertas e explorações no mundo ainda intocado pelas mãos dos colonizadores, descrevendo no intuito de informar. Em sua obra de Cardim nos apresenta suas reflexões e observações sobre a cultura indigena. Nos seus escritos é possível compreender a formação e a sua importância no artifício de controle e dominação no período colonial.
Abrahão Sanderson Nunes Fernandes da Silva - UFRN
Allyson Iquesac Santos de Brito - Mestrando (PPGHC/UFRN)
Ana Maria Veiga - UFPB
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Beatriz Alves dos Santos – Doutoranda (PPGH/UFRN)
Bianca Ferreira do Nascimento - Mestranda (PPGHC/UFRN)
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira - Mestra (PPGHC/UFRN)
Fabio Mafra Borges - UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire - Mestrando (PPGHC/UFRN)
Gracineide Pereira dos Santos Oliveira - PDJ-CNPq/FAPERN/PPGHC-UFRN
Hozana Danize Lopes de Souza - Mestra (PPGHC-UFRN e PPGArqueologia-UFPE)
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestrando (PPGHC-UFRN)
Jessica Éveny Cardoso Martins - Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Fátima - Conceição-PB
João Paulo de Lima - Secretaria de Educação de Serra Negra do Norte - RN
Jovelina Silva Santos – UERN / PDPG-CAPES/PPGHC-UFRN
Juciene Batista Félix Andrade - UFRN
Kayann Gomes Batista - Doutorando (PPGArqueologia-UFPE)
Laise Vitória de Figueredo Souza - Mestranda (PPGHC/UFRN)
Leandro Vieira Cavalcante - UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - UFRN
Maria Dolores de Araújo Vicente - SESC-Caicó/RN
Mario Sélio Ferreira de Brito - Escola Municipal Professora Maria Letícia Damasceno - SEMEC - Santana do Matos-RN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula - Câmara Municipal de Currais Novos-RN
Roselia Cristina de Oliveira - PDPG-CAPES/PPGHC-UFRN
Rosenilson da Silva Santos - UERN
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN - Campus Apodi
Thales Lordão Dias - Doutorando (PPGH-UFRN)
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando em História dos Sertões - PPGHC-UFRN
Vitória Maria Targino Filgueiras - Mestranda em História dos Sertões - PPGHC/UFRN
Anais da VII Jornada Nacional de História dos Sertões / I Colóquio Internacional História dos Sertões e Outros Mundos ISBN 978-65-01-20988-3 Caicó - RN - 11 a 14 de novembro de 2024 Realização Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo Caicó-RN – CEP 59374-000 E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br Organizadores Helder Alexandre Medeiros de Macedo Joel Carlos de Souza Andrade Ana Luísa Araújo Medeiros Bianca Ferreira do Nascimento Cleidiane de Araújo Oliveira Francisca Araújo Saraiva Gabriel da Silva Freire Gabriella Beatriz Freire Xavier Karollainy Kennya Dias de Medeiros Laíse Vitória de Figueredo Souza Tatiane Medeiros Alves Identidade visual Inspirada na xilogravura “Aves de arribação”, do mestre Givanildo, de Bezerros-PE (@gxilogravuras).
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