Sáude e medicina popular: as rezas como cura.
Introdução
A medicina “válida” para a maioria das pessoas é aquela conhecida por meio da ciência, que obtenha comprovação cientifica. Felizmente em algumas regiões do mundo a medicina popular também é considerada uma medicina científica, devido as suas comprovações serem reconhecidas pelos profissionais na área, inclusive utilizando de plantas, ervas e outros meios da medicina popular como tratamento para muitas doenças.
Algo importantíssimo que deve ser ressaltado é que esses conhecimentos através das rezas, foram e são repassados de geração para geração, sendo uma tradição familiar, principalmente nas tribos indígenas espalhadas não só no Brasil, mas no mundo.
Resultados
As rezas são práticas muitos comuns no Nordeste inteiro, para curar algumas doenças, dentre elas uma que é popularmente conhecida por “quebranto”, um mal de ordem espiritual, onde as crianças são mais vulneráveis, especialmente os bebês, devido não serem batizadas ainda, e por serem consideradas de acordo com o cristianismo, seres puros, de almas puras e sem pecado, sendo mais vulneráveis espiritualmente e consequentemente fisicamente. Essas rezas são comuns aqui no Nordeste a várias décadas, uma curiosidade é que as rezadeiras(os) dizem se o “quebranto” foi colocado por homens ou mulheres. Essas rezas também são comuns para curar diversas doenças além do quebranto, como por exemplo o chamado “ventre caído”. É muito comum escutar dos mais velhos que não é bom jogar as crianças para cima, especialmente as que tem menos de um ano para que o “ventre” dela não caía. Quando esse “ventre” cai, as crianças ficam mais vulneráveis e apresentam sintomas bem parecidos com os do quebrante, daí os pais levam as crianças para essas rezadeiras para que elas tragam de volta o ventre da criança.
Essas rezas são passadas de pais para filhos, muito comuns até os dias de hoje. É um costume muito presente no dia a dia dos nordestinos, acredito que especialmente no interior, com exceção da Bahia, tendo em vista a cultura de lá e que as religiões de matrizes africanas têm uma força maior naquela região.
Considerações finais
Todos os esses conhecimentos mencionados foram adquiridos por meio testemunhos orais, em conversas informais e fatos vivenciados por mim e pela minha família. A rezadeira mais conhecida pela região onde fui criada e a qual rezou em mim e em muitas outras crianças, jovens e também adultos da minha família, atende por dona Tica, uma senhora de origem humilde, mas que carrega consigo muitos conhecimentos sobre essa prática, além da sabedoria em seus discursos de vida em geral.
Abrahão Sanderson Nunes Fernandes da Silva - UFRN
Allyson Iquesac Santos de Brito - Mestrando (PPGHC/UFRN)
Ana Maria Veiga - UFPB
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Beatriz Alves dos Santos – Doutoranda (PPGH/UFRN)
Bianca Ferreira do Nascimento - Mestranda (PPGHC/UFRN)
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira - Mestra (PPGHC/UFRN)
Fabio Mafra Borges - UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire - Mestrando (PPGHC/UFRN)
Gracineide Pereira dos Santos Oliveira - PDJ-CNPq/FAPERN/PPGHC-UFRN
Hozana Danize Lopes de Souza - Mestra (PPGHC-UFRN e PPGArqueologia-UFPE)
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestrando (PPGHC-UFRN)
Jessica Éveny Cardoso Martins - Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Fátima - Conceição-PB
João Paulo de Lima - Secretaria de Educação de Serra Negra do Norte - RN
Jovelina Silva Santos – UERN / PDPG-CAPES/PPGHC-UFRN
Juciene Batista Félix Andrade - UFRN
Kayann Gomes Batista - Doutorando (PPGArqueologia-UFPE)
Laise Vitória de Figueredo Souza - Mestranda (PPGHC/UFRN)
Leandro Vieira Cavalcante - UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - UFRN
Maria Dolores de Araújo Vicente - SESC-Caicó/RN
Mario Sélio Ferreira de Brito - Escola Municipal Professora Maria Letícia Damasceno - SEMEC - Santana do Matos-RN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula - Câmara Municipal de Currais Novos-RN
Roselia Cristina de Oliveira - PDPG-CAPES/PPGHC-UFRN
Rosenilson da Silva Santos - UERN
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN - Campus Apodi
Thales Lordão Dias - Doutorando (PPGH-UFRN)
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando em História dos Sertões - PPGHC-UFRN
Vitória Maria Targino Filgueiras - Mestranda em História dos Sertões - PPGHC/UFRN
Anais da VII Jornada Nacional de História dos Sertões / I Colóquio Internacional História dos Sertões e Outros Mundos ISBN 978-65-01-20988-3 Caicó - RN - 11 a 14 de novembro de 2024 Realização Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo Caicó-RN – CEP 59374-000 E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br Organizadores Helder Alexandre Medeiros de Macedo Joel Carlos de Souza Andrade Ana Luísa Araújo Medeiros Bianca Ferreira do Nascimento Cleidiane de Araújo Oliveira Francisca Araújo Saraiva Gabriel da Silva Freire Gabriella Beatriz Freire Xavier Karollainy Kennya Dias de Medeiros Laíse Vitória de Figueredo Souza Tatiane Medeiros Alves Identidade visual Inspirada na xilogravura “Aves de arribação”, do mestre Givanildo, de Bezerros-PE (@gxilogravuras).
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