Da aurora ao meio dia: a ribeira do nascente e a gênese espacial da Freguesia de Santa Ana do Matos, Sertão do Assú, Capitania do Rio Grande do Norte, séculos XVII-XIX

Da aurora ao meio dia: a ribeira do nascente e a gênese espacial da Freguesia de Santa Ana do Matos, Sertão do Assú, Capitania do Rio Grande do Norte, séculos XVII-XIX

• Autor
• Mario Sélio Ferreira de Brito
• Resumo

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  No ano de 1774, o Governador-Geral de Pernambuco, José Cezar de Menezes, elaborou um relatório intitulado “Ideia da população da capitania de Pernambuco, e de suas anexas, extensão de suas costas, rios, povoações notáveis, agricultura, número de engenhos, contratos e rendimentos reais” e, dentre as informações contidas neste documento, estava a regionalização da Capitania do Rio Grande do Norte por ribeiras. Conforme Menezes, esta capitania estava dividida em cinco ribeiras: a do Norte, que compreendia do Rio Potengi até ao norte, percorrendo o litoral; a do Sul, que iniciava no Rio Potengi e se estendia até os limites com a Capitania da Paraíba; a do Assú, compreendendo a parte do centro para o norte da capitania; a do Seridó, que compreendia o território do centro para o sul e a do Apodi, que compreendia a parte mais ao oeste. Destas, destacamos a Ribeira do Assú, situada no sertão que tinha o Rio Açu/Otschunogh como marcador natural, percorrendo para o norte, até o litoral. Desse modo, especificamente, destacamos a margem direita como recorte espacial deste estudo ou Ribeira do Nascente, como era conhecida pelos arrematadores, em se tratando da localização no espaço, que deu origem a uma extensa circunscrição eclesiástica dedicada ao orago Santa Ana do Matos. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar a gênese espacial da Freguesia de Santa Ana do Matos – século XVII-XIX, inquirindo a apropriação dos espaços a partir das sesmarias concedidas.  Como embasamento metodológico, contamos com o apoio da Micro-História e o suporte documental das sesmarias, transcritos na coleção de Sesmarias do Rio Grande do Norte - 1600-1831 – Volumes: Primeiro, Segundo, Terceiro, Quarto e Quinto da Coleção Mossoroense e da Plataforma SILB – UFRN. Como resultado, foi possível perceber que o processo de territorialização da Ribeira do Nascente, em sua gênese espacial, se deu pela intensa ocupação de gado e a fixação permanente de currais após 1730, quando os conflitos entre os luso-brasílicos e os Tarairiú/Otxakawane amenizaram. Nesse sentido, passaram-se mais de um século até que a Ribeira do Nascente deixasse de ser apenas um espaço delimitado para arrecadações da Fazenda Real oriundos dos tributos do gado e se tornasse também um território cristão sob os cuidados da Freguesia de Santa Ana do Matos no ano de 1821.

   

• Palavras-chave
• Sertão do Assú. Ribeira do Nascente. Territorialização. Freguesia de Santa Ana do Matos.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 14 - Dinâmicas populacionais e territorialização dos sertões: processos históricos e demográficos (séculos XVI-XIX)

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