A interiorização do espiritismo no Alto Sertão da Paraíba e o papel de uma intelectualidade engajada.

A interiorização do espiritismo no Alto Sertão da Paraíba e o papel de uma intelectualidade engajada.

• Autor
• Leonardo Bruno Farias
• Resumo

• Objetivo: Problematizar a interiorização do espiritismo no Alto Sertão da Paraíba e o papel de uma intelectualidade engajada. A pesquisa sobre a disseminação do espiritismo no Alto Sertão da Paraíba ainda é incipiente, especialmente considerando o contexto histórico específico de mudanças políticas e religiosas ocorridas no Brasil, no início do século XX. Os documentos analisados permitiram-nos traçar um panorama inicial, na atuação de intelectuais e seu engajamento. No seu contexto histórico, o espiritismo, codificado por Allan Kardec, chegou ao Brasil no século XIX e se organizou em instituições que, posteriormente com o Pacto Áureo, se federalizaram, aqui na Paraíba junto à Federação Espírita Paraibana. Porém, o espiritismo praticado no Sertão durante um bom tempo foi "à moda da casa", em que cada instituição o interpretava de forma muito particular. O processo de interiorização no Alto Sertão se deu de forma gradual. A partir de Sousa, com a "Casa do Caminho", depois desdobrada em três outras casas na cidade de Cajazeiras – "Os Cireneus do Caminho", "Núcleo Espírita Allan Kardec" e o "Grupo Espírita O Reencontro - Lar dos Idosos" – embasaram os primeiros passos no Alto Sertão. Para que a doutrina espírita pudesse se adaptar às particularidades culturais e religiosas da região, estabeleceram-se pontes com as crenças populares e as práticas religiosas já existentes, principalmente influenciadas pelo catolicismo. O engajamento dos intelectuais (principalmente professores universitários espíritas) ajudou no processo de divulgação através de palestras e mini-cursos, colaborando para os ajustes necessários ao caminho federativo. A existência de intercâmbios entre os jovens, e os eventos destinados a eles, o Movimento de Integração do Espírita Paraibano (MIEP), voltado ao trabalhador da casa espírita, favoreceram o Alto Sertão no processo de aprendizado e continuidade de divulgação doutrinária. Apesar de haver lacunas a serem preenchidas, a pesquisa demonstra que há ainda muito a ser explorado sobre a história do espiritismo no Alto Sertão Paraibano, especialmente quanto à sua relação com as culturas locais e as práticas religiosas pré-existentes. Fontes: As fontes analisadas advieram da oralidade e documentos de fundação, além de registros de eventos que ao longo do tempo ajudaram a criar a narrativa dessa história. Metodologia: A metodologia incluiu entrevistas e acesso autorizado a documentos disponíveis, pois muitos estavam em acervos particulares de fundadores que, com o tempo e falecimento, foram perdidos. Resultados: Os resultados destacaram o trabalho dos pioneiros que adaptaram a doutrina espírita às necessidades da população local, e que com o tempo se tornaram federativas. Considerações finais: Os intelectuais tiveram um papel fundamental na disseminação do espiritismo no Sertão Paraibano, promovendo mudanças significativas na vida das pessoas e na sociedade como um todo no processo de federalização do movimento espírita paraibano.

• Palavras-chave
• Alto Sertão, Paraíba, espiritismo, intelectualidade, interiorização.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 4 - Hibridismos, cultos e devoções: trajetórias e possibilidades para compreender os caminhos da fé pelos sertões

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