Encantaria no catimbó-jurema: superando as fronteiras entre vida e morte

Encantaria no catimbó-jurema: superando as fronteiras entre vida e morte

• Autor
• André Luís Nascimento de Souza
• Resumo

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  Este artigo examina aspectos religiosos e litúrgicos do catimbó-jurema, uma tradição espiritual com raízes indígenas e influências afro-brasileiras, particularmente difundida no Nordeste do Brasil. A pesquisa explora a crença no “não-morrer” a partir dos “encantados”, espíritos que não possuem necessariamente um corpo físico, mas que podem se materializar de acordo com as circunstâncias. Por “encantaria” entende-se tanto o conjunto de entidades vindos de uma mesma linha (a linha dos encantados), como também nomeia um culto religioso presente na região amazônica e no Nordeste brasileiro. Os “encantados” não podem ser classificados como anjos ou demônios e nem como espíritos de mortos, pois estão em outra categoria, de acordo com Mundicarmo e Sérgio Ferretti. Este estudo emprega uma revisão bibliográfica e uma metodologia qualitativa baseada em entrevistas com praticantes e lideranças espirituais e na observação das sessões mediúnicas. A presença do encantado no panteão religioso afro-brasileiro demonstra a superação da dicotomia de “vida” e “morte”, presente na maioria dos sistemas de crença de origem cristã. Se “encantar” implica na transformação do ser em outra forma de existência, como plantas, rochas, cachoeiras, animais ou mesmo seres míticos, como sereias e vampiros. Este complexo de práticas espirituais e rituais híbridos emerge da confluência de tradições indígenas, africanas e europeias, refletindo a dinâmica histórica e cultural da formação da sociedade brasileira.

   

• Palavras-chave
• Catimbó-jurema, religiões afro-brasileiras, encantamento, encantados, não-morte.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 4 - Hibridismos, cultos e devoções: trajetórias e possibilidades para compreender os caminhos da fé pelos sertões

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