A presente pesquisa tem como objetivo analisar e exemplificar as dinâmicas envolvidas na chamada “Guerra dos Bárbaros” que inicia em 1687 a 1722 na Ribeira do Açu, compreendo que aquele “fim” narrado pela historiografia novecentista para a década de 1720 e pela Câmara de Natal em 1722, não ocorreu de forma direta e abrupta e somente faz sentido na interpretação teleológica. A partir da Nova Historiografia e debates, buscamos neste trabalho colocar o indígena como protagonista e demonstrando sua resistência. Nessa pesquisa nos debruçamos ao espaço da Capitania do Rio Grande nos sertões do Norte, como a Ribeira do Açu entre 1687 início da guerra e 1722, ano pelo qual os camarários declararam fim aos conflitos. Nesse viés, analisamos o fim desses conflitos proclamados pela Câmara de Natal em 1722 e a construção historiográfica inicial sobre a História do Rio Grande do Norte, que foi escrita por intelectuais tradicionais desse estado e de fora dele. Deste modo, analisaremos as narrativas dos pensamentos desses intelectuais novecentistas, isto é, eruditos que circularam entre o final do século XIX e o século XX, e escreveram sobre a História desse estado e acontecimentos como a “Guerra dos Bárbaros” ou Guerra do Assu e como o fim desses conflitos foi teorizado teologicamente por esses sujeitos. Assim, entenderemos a noção de fim construída historicamente por esses intelectuais e os “fins possíveis” ocorridos durante essa guerra contra os povos indígenas. Através dessa pesquisa, trazemos as inúmeras tentativas de encerramento estabelecidas ao longo dessas batalhas, de forma “amigável” ou não entre os colonizadores e nativos. Por meio das documentações coloniais do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), Arquivos da Universidade de Coimbra (AUC) e Livros dos Termos de Vereação do Senado da Câmara do Natal, analisamos por meio das cartas, o emprego do termo “aquietação”, usado nesse período para “acalmar” ou “sossegar” as populações tidas como “bárbaras” ou tapuyas que se encontravam nos sertões da capitania. Dessa forma, neste trabalho buscamos por intermédio do Ensino de História, sinalizar a importância e a necessidade de se estudar a História de nosso estado no ensino básico, pela falta de compreensão sobre esses eventos e como ainda hoje, existe um imaginário coletivo do que é ser “índio”. Com isso, desmistificar esse pensamento eurocêntrico sobre essas nações originárias é imprescindível, a partir da Lei 11.645/08 esse trabalho entra como um instrumento de viabilizar a discussão e colocar o indígena como esse sujeito protagonista e a sala de aula como esse espaço de conhecimento em que não está dissociado da sociedade, ao qual faz imprescindível tornar esses estudos acessíveis.
Abrahão Sanderson Nunes Fernandes da Silva - UFRN
Allyson Iquesac Santos de Brito - Mestrando (PPGHC/UFRN)
Ana Maria Veiga - UFPB
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Beatriz Alves dos Santos – Doutoranda (PPGH/UFRN)
Bianca Ferreira do Nascimento - Mestranda (PPGHC/UFRN)
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira - Mestra (PPGHC/UFRN)
Fabio Mafra Borges - UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire - Mestrando (PPGHC/UFRN)
Gracineide Pereira dos Santos Oliveira - PDJ-CNPq/FAPERN/PPGHC-UFRN
Hozana Danize Lopes de Souza - Mestra (PPGHC-UFRN e PPGArqueologia-UFPE)
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestrando (PPGHC-UFRN)
Jessica Éveny Cardoso Martins - Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Fátima - Conceição-PB
João Paulo de Lima - Secretaria de Educação de Serra Negra do Norte - RN
Jovelina Silva Santos – UERN / PDPG-CAPES/PPGHC-UFRN
Juciene Batista Félix Andrade - UFRN
Kayann Gomes Batista - Doutorando (PPGArqueologia-UFPE)
Laise Vitória de Figueredo Souza - Mestranda (PPGHC/UFRN)
Leandro Vieira Cavalcante - UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - UFRN
Maria Dolores de Araújo Vicente - SESC-Caicó/RN
Mario Sélio Ferreira de Brito - Escola Municipal Professora Maria Letícia Damasceno - SEMEC - Santana do Matos-RN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula - Câmara Municipal de Currais Novos-RN
Roselia Cristina de Oliveira - PDPG-CAPES/PPGHC-UFRN
Rosenilson da Silva Santos - UERN
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN - Campus Apodi
Thales Lordão Dias - Doutorando (PPGH-UFRN)
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando em História dos Sertões - PPGHC-UFRN
Vitória Maria Targino Filgueiras - Mestranda em História dos Sertões - PPGHC/UFRN
Anais da VII Jornada Nacional de História dos Sertões / I Colóquio Internacional História dos Sertões e Outros Mundos ISBN 978-65-01-20988-3 Caicó - RN - 11 a 14 de novembro de 2024 Realização Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo Caicó-RN – CEP 59374-000 E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br Organizadores Helder Alexandre Medeiros de Macedo Joel Carlos de Souza Andrade Ana Luísa Araújo Medeiros Bianca Ferreira do Nascimento Cleidiane de Araújo Oliveira Francisca Araújo Saraiva Gabriel da Silva Freire Gabriella Beatriz Freire Xavier Karollainy Kennya Dias de Medeiros Laíse Vitória de Figueredo Souza Tatiane Medeiros Alves Identidade visual Inspirada na xilogravura “Aves de arribação”, do mestre Givanildo, de Bezerros-PE (@gxilogravuras).
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