A seca de 1877 pelas elites no jornal Brado Conservador na cidade de Açu

A seca de 1877 pelas elites no jornal Brado Conservador na cidade de Açu

• Autor
• Nadson Jefferson Ferreira Pereira
• Resumo

• Este trabalho busca expor e analisar as representações  que a elite

  agrária e política de Açu fazia sobre a seca de 1877 no jornal Brado Conservador. O

  objetivo desse texto é analisar a visão das elites agrárias ante os problemas causados

  pela seca e como eles a interpretaram, criaram e fomentaram ações de intervenção

  para lidar com esse momento. Ao final, procuramos observar como essa elite agiu,

  escreveu e representou esse momento usando-o politico-economicamente para

  angariar recursos e subsídios. A relevância dessa pesquisa está em colocar localmente

  e em uma esfera micro, ações políticas e econômicas em relação as secas, que naquele

  momento perpassavam uma esfera nacional em busca da anexação e formatação do

  território brasileiro e que correspondia a tentativa de integração da região denominada

  naquela temporalidade de ''Norte''; na construção de um Estado-nação burocratizado.

  No decorrer desse texto emprego uma análise das secas no Brado Conservador

  destacando as matérias que focam pelo menos em três aspectos, são eles: econômico,

  político e dimensão técnica. Selecionei três trechos diferentes do jornal onde remete a

  cada um desses aspectos; essa seleção foi possível pois o periódico se encontra

  digitalizado na Hemeroteca Digital Brasileira. A metodologia para encontrar e

  selecionar esses trechos consistiu no método indiciário. Através dele pude avaliar

  indícios nas matérias dentro das páginas do periódico que me mostravam como o

  tema das secas pode revelar questões econômicas e políticas da época, tal como a

  questão técnica e intervencionista em volta do tema na segunda metade do século XIX

  em Açu.

   Ao final desse trabalho chego à conclusão que a seca de 1877 foi um fator

  determinante para o aquecimento da vida literária açuense nos jornais, pautada na

  mobilização política em torno dela. O Açuú se insere localmente então, em propostas e

  conflitos e resoluções que eram de um aspecto macro e nacional ligadas a anexação do

  território por meio de estradas e estratégias e a própria construção do Estado-nação

  brasileiro. Para esse objetivo foi usado do poder político e econômico dessas elites que

  reivindicavam de presidentes de província e do Governo Imperial ações de suporte para

  lidar com a crise instaurada por conta da seca, usando a imprensa. A dimensão técnica

  se insere então como indispensável para realização dessas ações, e enquanto se insere

  nesse contexto ela mesma se fortifica e se torna uma área de concentração autônoma

  seja em saber e em criação de grupos ou de instituições. A elite política-agrária, por sua

  vez, se demonstrava preocupada nas páginas do Brado Conservador com esse cenário. E

  por mais que deixem em sua linguagem e discurso exalar um teor paternalista e

  humanístico, a dimensão econômica ante a uma estrutura escravocrata em

  transformação e a perca de posses, lucros e mercadorias, revelam suas preocupações

  majoritariamente econômicas..

• Palavras-chave
• Seca, imprensa, elites
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 9 - Relações de poder, práticas políticas e imprensa

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