Soberania alimentar e agricultura camponesa no contexto de pequenas cidades: um olhar a partir da horta comunitária do bairro Alto São Francisco - Assú (RN)

Soberania alimentar e agricultura camponesa no contexto de pequenas cidades: um olhar a partir da horta comunitária do bairro Alto São Francisco - Assú (RN)

• Autor
• Lucas Victorio Albuquerque de Oliveira
• Co-autores
• Francisco Romenique Pereira Pimentel , Gizelly Barbara Nascimento Costa
• Resumo

• A pesquisa em pauta discorre acerca da importância da horta comunitária do bairro Alto São Francisco, localizada na zona urbana do município de Assú (RN), para a manutenção da subsistência dos sujeitos que participam e trabalham nessa horta comunitária, a partir da geração de renda. Ou seja, buscamos compreender de que maneira essa horta comunitária, que classificamos como uma pequena produção camponesa, situada em um bairro periférico da cidade, nos ajuda a vislumbrar possibilidades para se pensar em soberania e segurança alimentar no contexto do semiárido potiguar. Em referência aos procedimentos metodológicos, ressaltamos que a pesquisa em questão é bibliográfica e de campo, tendo em vista o uso de bibliografias, por exemplo, Vieira e Silva (2015), Meirelles (2004) e Oliveira (2007), além da visita a horta comunitária. A sua caracterização, por sua vez, é qualitativa, haja vista que a interpretação e discussão dos resultados obtidos se centralizam em aspectos qualitativos da temática, como, as dinâmicas, vivências e experiências do sujeitos dessa horta. No tocante aos resultados apreendidos in loco, destacamos que essa horta comunitária é composta por oito pessoas de famílias distintas, que utilizam a horta de maneira compartimentada. Em razão disso, a produção é individualizada, uma vez que esses agricultores produzem e comercializam (supermercado e ruas) de acordo com interesses de subsistência pessoais. Com uma produção de hortaliças variadas, que vão desde legumes (salsinha, alface) e verduras (tomate, abóbora), esses agricultores se apropriam de técnicas tradicionais sem o uso de agrotóxicos, a se dizer, o uso de estercos e respeito ao tempo de repouso do solo. Para a dinâmica desse produção, esses sujeitos utilizam um poço de água, pequenos irrigadores e uma caixa para armazenar a água retirada do poço. É cabível destacar, também, que em meio a essa dinâmica de subsistência, esses agricultores enfrentam desafios que inviabilizam o desenvolvimento da horta, advindos principalmente da negligência estatal, como, ausência de apoio técnico especializado, a necessidade de extensão das terras e instalação de energias fotovoltaicas que atenuassem o valor do uso da energia, que segundo os agricultores é bastante elevado para o seu contexto de sobrevivência (800 reais por mês). A título de finalização, reiteramos que, em razão dos desafios enfrentandos por esses trabalhadores, constatamos que a soberania e segurança alimentar ainda não é uma realidade palpável, mas sim em perspectiva. Para que possamos, de fato, pensar em soberania e segurança alimentar a partir das atividades dessa horta, é primordial que haja uma articulação entre os interesses e/ou necessidades dos sujeitos com as políticas de Estado, que devem urgentemente possibilitar a esses agricultores o acesso a possibilidades de desenvolver essa horta, por exemplo, extensão de terras, instalação de energia solar e apoio técnico

• Palavras-chave
• Soberania alimentar, Agricultura camponesa, Assú/RN
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 11 – Terra, Água e Poder: os conflitos nos sertoes do semiarido na contemporaneidade

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