Como se escrevem “novas” histórias? Ensaio autobiográfico e sobre (auto)biografia – a constituição de uma experiência historiográfica e os sertões como (re)cortes críticos

Como se escrevem “novas” histórias? Ensaio autobiográfico e sobre (auto)biografia – a constituição de uma experiência historiográfica e os sertões como (re)cortes críticos

• Autor
• Evandro dos Santos
• Resumo

• O presente trabalho pretende refletir sobre questões que envolvem as relações do gênero biográfico e das escritas de si com a escrita da história, indagações que podem ser vislumbradas a partir das experiências de deslocamento físico e de pesquisa para e sobre o sertão potiguar, recorte desta análise. Através do breve texto “Juvenal Lamartine, o meu pai”, escrito pelo filho do homenageado, o sertanista potiguar Oswaldo Lamartine de Faria (1919-2007), pretendo refletir sobre problemas ético-políticos da historiografia. Conquanto não se tratar de um texto historiográfico, assim como todos os demais escritos de Faria, por uma série de circunstâncias, algumas, inclusive, de caráter biográfico, seus escritos acabaram por ser tomados como registros históricos do Seridó, nome dado aos sertões do Rio Grande do Norte, região desde onde escrevo. A rigor, no que diz respeito à obra citada, ora tomada como fonte, trata-se de um texto póstumo, de cariz encomiástico, escrito por um filho sobre o pai, com todas as parcialidades e revelações que textos dessa natureza tendem a exibir. Faria criou algo a partir da morte do pai. Para esta comunicação, trabalho com a reedição feita pela Sebo Vermelho Edições, no ano de 2019, por ocasião do centenário de nascimento de Lamartine (o filho e autor do texto). A solidão em relação à morte, o isolamento dos sertões, as ausências do passado e as vertigens do presente: é um pouco sobre isso que se pretende tratar. Afinal, a pandemia ainda é recente e, se é preciso seguir adiante, a escrever a história, também se faz urgente a reflexão sobre as milhares de mortes e o luto por um país devassado pela violência do discurso autoritário, que exige ser elaborado e simbolizado. Lidar com essa morte coletiva, a da sociedade brasileira, torna-se incontornável, ao menos se pretendemos ter alguma sobrevida. Nesse sentido, é cada vez mais fundental os estudos de trajetórias intelectuais e de história política.

• Palavras-chave
• Historiografia, História Intelectual, História Política
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 9 - Relações de poder, práticas políticas e imprensa

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