Escravo, Forro e Senhor: Territorialização do Totoró, Sertões da Capitania da Rio Grande, Ribeira do Acauã, Séculos XVIII-XIX

Escravo, Forro e Senhor: Territorialização do Totoró, Sertões da Capitania da Rio Grande, Ribeira do Acauã, Séculos XVIII-XIX

• Autor
• Matheus Barbosa Santos
• Resumo

• Investiga o processo de territorialização do Totoró, ao longo dos séculos XVIII-XIX. Metodologicamente partiu de revisão historiográfica, análise e transcrição de inventários post-mortem, fontes sesmariais e cartas de alforria que foram cruzadas com registros paroquiais (batismo, casamento e óbito) da Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó. Partiu da hipótese, que a territorialização e o cotidiano familiar no Totoró, situado na Ribeira do Acauã, não envolveu apenas os integrantes da família Lopes Galvão e seus descendentes, tidos como desbravadores e povoadores destas terras, considerados sujeitos livres e luso-brasílicos, segundo consta em escritos produzidos ao longo do século XX sobre o sertão do Seridó e da espacialidade anteriormente referida; mas, também, que houve o envolvimento e participação das famílias mestiças, dos cativos não-brancos e mestiços que já tenham nascido livres, ou conseguiram sua liberdade por meio de compra ou alforria. Utilizando os pressupostos da História Quantitativa e Serial e da Micro-História, foi realizado o cruzamento de dados entre fontes judiciais, eclesiásticas e sesmariais dos séculos XVIII e XIX, afim de investigar o processo de formação e constituição das famílias mestiças, da composição de cabedal, e da transformação do espaço em território no Totoró. A partir das discussões de Claude Raffestin e Marcelo Souza, e das pesquisas de Rangel Cerceau Netto, constatou-se que os integrantes das famílias mestiças estavam inseridos na malha social do Totoró, que também foram responsáveis pelo processo de territorialização daquele chão, como, por exemplo, o caso da família do Diogo de Melo e Hilária Maria do Livramento (1839), indivíduos escravizados, ele de qualidade “preta/crioula”, ela registrada enquanto “preta”, que após o processo de liberdade constituíram família, acumularam cabedal e protagonizaram vivências econômicas, como o desenvolvimento da atividade pastorícia, o cultivo de lavoura e produção de farinha; do uso e inserção nas práticas religiosas católicas, como os sacramentos do batismo e matrimônio; além do estabelecimento de redes de solidariedade com outras arranjos familiares não-brancos.

• Palavras-chave
• Sertão, Totoró, Não-Brancos, Mestiçagens, História dos Sertões.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 5 - História dos Sertões: escravidão, mestiçagens e trajetórias (séculos XVIII-XIX)

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