UMA REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO SERTÃO NORDESTINO A PARTIR DAS MEMÓRIAS DE GRACILIANO RAMOS EM SEU LIVRO INFÂNCIA (1945)

UMA REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO SERTÃO NORDESTINO A PARTIR DAS MEMÓRIAS DE GRACILIANO RAMOS EM SEU LIVRO INFÂNCIA (1945)

• Autor
• Amanda Teotonio da SIlva
• Co-autores
• Michelly Tavares da Silva Lima , Hugo Arruda de Morais
• Resumo

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  Este escrito debruça-se sobre o livro de memórias do escritor alagoano Graciliano Ramos, denominado Infância e escrito em 1945. Com o intuito de demonstrar a potencialidade das obras literárias como norteadoras de estudos geográficos, parte-se da ideia de que a compreensão da sociedade e das suas formas de interação com o ambiente podem se estabelecer por intermédio de diversas perspectivas teóricas e metodológicas, sejam elas de cunho científico ou não, e que permitem um processo de delineamento de organização socioespacial, como por exemplo: a análise de obras literárias. Nesse entendimento, a dimensão histórico-espacial presente nos livros podem ser objeto de estudo na Geografia, considerando que ficção e realidade passam a dialogar e expressar o vivido em sua complexidade. E, especificamente, no Brasil, a Literatura tem um papel fundamental na construção de um saber geográfico. Por isso, e numa perspectiva de aprofundar essa relação entre Geografia e Literatura, analisar textos clássicos da produção romanesca nacional é caminhar na direção de compreender como um escrito literário pode ser objeto de estudo da ciência geográfica, tendo a dimensão espacial como centralidade. Nesse sentido, optou-se aqui, por analisar a obra de Graciliano Ramos, autor que possui, dentre suas principais características de escrita, a presença constante da descrição de paisagens de ambientes em suas obras, mais, especificamente, uma leitura da realidade do plano físico e social do Nordeste (NE), a partir das vivências descritas pelo próprio Ramos. Com base em tais considerações, busca-se, em termos de objetivo geral, analisar a dimensão espacial sertaneja vivenciada por Graciliano Ramos, a partir da obra Infância. Desse modo, compreende-se que pensamento, imaginação e realidade passam a compor uma narrativa literária do autor, o que nos permite afirmar que o espaço geográfico é uma dimensão real e imaginária no seu escrito. Assim, a narrativa de Ramos possibilita o apontamento de caminhos interpretativos do uso social do território no qual o mesmo perpassou sua infância e adolescência, mais, especificamente, as cidades pertencentes aos estados de Alagoas e Pernambuco, apontando, com isso, processos de desigualdades e injustiças socioespaciais presenciadas em tais ambientes. Logo, a leitura da espacialidade de seus textos apresenta descrições e ressignificações do homem no meio, processos de construção do espaço geográfico, além de revelar conflitos sociais, psicológicos, existenciais e sua interação com o meio e a influência da estrutura econômica da região em sua formação, e estabelecer representações do sertão nordestino.

• Palavras-chave
• Graciliano Ramos, Geografia, Literatura, Infância
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Simpósio Temático 13 – História dos Sertões do Brasil no século XIX

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