Sertão, Sertões e sua relação com o Folclore pelo Pensamento Regionalista de Manuel Diégues Júnior (1950)

Sertão, Sertões e sua relação com o Folclore pelo Pensamento Regionalista de Manuel Diégues Júnior (1950)

• Autor
• Luan de Sousa Batista
• Resumo

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  Este trabalho se trata de uma história do folclore nos sertões e busca analisar a relação entre folclore e o sertão/ sertões no pensamento regionalista de Manuel Diégues Júnior (1912-1991) e identificar como este folclorista desenvolveu seus escritos sobre os sertões e a vida sertaneja, seus fenômenos e temáticas como as secas, o cangaço, as cantorias e os folguedos populares na produção do conhecimento folclórico na década de 1950. Esse intelectual folclorista estudou a sociedade brasileira, especificamente a nordestina, propondo discussões antropológicas em torno das relações socioculturais que constituíram o Nordeste brasileiro. Nesse sentido, do ponto de vista de uma história intelectual, buscamos compreender como Manuel Diégues Júnior mobilizou sua matriz regionalista para definir uma escrita dos sertões a partir do folclore. Como arcabouço metodológico, utilizamos a análise de discurso de Michel Foucault (1999; 2008) para pensarmos como os discursos folclóricos sobre o popular nos permite problematizarmos os fundamentos desenvolvidos por Manuel Diégues Júnior acerca do seu método etnográfico e historiográfico na definição de uma ideia sobre os sertões pelo discurso folclórico e de uma história regional a partir da experiência regionalista dentro das relações de saber e poder. Como fontes, utilizamos os seus trabalhos Efeitos Sociais das Sêcas (1950), Os fatôres do cangaceirismo (1951), Folclore e região (1951), Região e regionalismo (1952), Significação dos nossos folguedos populares (1952), As sêcas no folclore regional (1953), Sertão (1956), e Sugestões para uma caracterização regional do folclore brasileiro (1967) publicados em jornais e revistas que podem ser encontrados em formato virtual nas Hemerotecas Digitais da Biblioteca Nacional e do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP). Em termos teóricos, nos fundamentamos nas discussões de, Jean-François Sirinelli (1998; 2003), Angela de Castro Gomes e Patrícia Santos Hansen (2016), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2011; 2013; 2014; 2016) e Heidrich (1999) respectivamente pelos conceitos de intelectuais, intelectuais mediadores, folclore, região, sertões e regionalismo na identificação de sujeitos receptores de cultura e para tratarmos Manuel Diégues Júnior como um intelectual produtor de uma mediação cultural em torno dos sertões e suas manifestações folclóricas como espaço de sua atuação e definindo a vida sertaneja como elemento que fundamenta o conhecimento folclórico. O regionalismo proposto por ele não apenas reconheceu o valor do folclore, mas o posicionou como elemento central na construção da história e da identidade cultural do Brasil a partir de suas regiões, com destaque para os sertões como território de resistência e criação cultural. Dessa forma, desenvolveu uma história social e incorporou o folclore às influências e vivências dos sertões no Nordeste brasileiro na metade do século XX.

• Palavras-chave
• Manuel Diégues Júnior, Folclore, Sertões, Mediação Cultural.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Encontro de Saberes 6 - Sertões folclóricos: saberes, práticas e representações do espaço sertanejo a partir do discurso regionalista

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