Este trabalho tem como objetivo analisar as práticas cotidianas e os modos de fazer das mulheres costureiras do sertão de Caicó, no Rio Grande do Norte, entre as décadas de 1970 e os dias atuais. A pesquisa parte de uma perspectiva da História Social, ancorada nos estudos sobre as artes do fazer e nas reflexões que valorizam a atuação feminina nas tramas do cotidiano, bem como nas perspectivas que entendem o sertão como construção simbólica. Propõe-se compreender como as práticas manuais de costura e bordado revelam estratégias de resistência, saberes compartilhados e afetos que constituem a experiência das mulheres sertanejas. As fontes utilizadas concentram-se em registros de memória afetiva e observações empíricas sobre o universo do trabalho feminino no sertão, além de levantamento bibliográfico sobre modos de fazer, história das mulheres e a construção cultural do sertão. A metodologia adotada é de caráter qualitativo, com ênfase na análise bibliográfica e na memória como instrumento de escrita histórica, reconhecendo o vivido como espaço legítimo de produção de conhecimento. A partir da rememoração das experiências familiares e comunitárias com a costura, busca-se evidenciar como o fazer manual ultrapassa a dimensão do trabalho, assumindo papel central na construção das identidades femininas e das sociabilidades sertanejas. Como resultado, observa-se que o ato de costurar, bordar e remendar constitui uma prática de autonomia, pertencimento e resistência, permitindo às mulheres recriarem seus espaços de vida e expressão no sertão. Considera-se, por fim, que refletir sobre essas práticas é também reconhecer o sertão como território de múltiplas vozes e experiências, onde as histórias individuais se entrelaçam na tessitura da história social e cultural do Brasil.
Allyson Iquesac Santos de Brito – Mestre - PPGHC/UFRN
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Bianca Ferreira do Nascimento – Mestra - PPGHC-UFRN
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira – Doutoranda - PPGH-UFRN
Durval Muniz de Albuquerque Junior – UFRN
Eduardo Cristiano Hass da Silva - UFRN
Franciely de Lucena Medeiros – Doutoranda - PPGH-UFRN
Francisca Araujo Saraiva – Mestranda - PPGHC/UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire – Mestre - PPGHC-UFRN
Helder Alexandre Medeiros Macedo – UFRN
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestre - PPGHC-UFRN
Jessica Éveny Cardoso Martins – Mestranda - PPGHC-UFRN
Jovelina Silva Santos - UERN
Juciene Batista Félix Andrade – UFRN
Karollainy Kannya Dias de Medeiros – Mestranda - PPGHC/UFRN
Laisa Fernanda Santos de Farias - Doutora - UFRN
Laíse Vitória de Figueredo Souza – Mestranda– PPGHC-UFRN
Leandro Vieira Cavalcante – UFRN
Luan de Sousa Batista - Mestrando - PPGHC/UFRN
Luana Barros de Azevedo – Doutoranda – PPGH-UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Joedna Rodrigues Marques – Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Maroni Lopes - UFRN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula (MEMA) - Câmara Municipal de Currais Novos (CMCN)
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN
Tatiane Medeiros Alves – Mestranda - PPGHC/UFRN
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando - PPGHC - UFRN
Vitoria Maria Targino Filgueiras – Mestra - PPGHC-UFRN
Anais da VIII Jornada Nacional de História dos Sertões - O sertão e o mundo: interculturalidades ISBN 978-65-985933-5-3 Caicó - RN - 04 a 07 de novembro de 2025 Realização Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo Caicó-RN – CEP 59300-000 E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br Organizadores Helder Alexandre Medeiros de Macedo Joel Carlos de Souza Andrade Francisca Araújo Saraiva Gabriely késia de Oliveira Lôa Ismara Morais da Silva Karollainy Kennya Dias de Medeiros Leidiane Francelina Batista Luana Beatriz de Assis Ferreira Paula Roberta Maia de Oliveira Rian Felipe Dutra Diniz Tatiane Medeiros Alves Identidade visual Inspirada na xilogravura “Juazeiro”, do mestre Gustavo Borges, de Bezerros-PE (@xilo_gustavoborges).