Direito e conflito: o papel do direito moderno-monista-estatal na disseminação da violência no campo e conflitos socioambientais

  • Autor
  • Diogo Hermano Barbosa Soares de Lima
  • Resumo
  • A presente pesquisa busca elucidar a estrutura monista-estatal do direito moderno brasileiro e como ela se relaciona com os conflitos socioambientais que acontecem no campo, particularmente os que envolvem os empreendimentos de energia renovável. O estudo é feito por meio de uma revisão bibliográfica de autores/as que fazem uma análise crítica do direito, bem como de investigações que tratem dos conflitos provocados por parques eólicos e solares no semiárido. Compreendeu-se que a real dimensão e função de um sistema jurídico apenas é captada quando se une a interpretação de múltiplos fatores que são inerentes à ele. Nesse caso, para entender o que é o direito e qual sua função em uma sociedade desigual, tem-se que analisar, por exemplo, a estrutura social, a historicidade e o modo de produção que ele está vinculado. A título de evolução histórica, o direito moderno nasce junto com o advento do capitalismo. O sistema feudal, por volta do século XV, começa a entrar em declínio, com o fim das monarquias e do poder centrado na figura do rei. Concomitantemente, começa a surgir uma nova classe social, a burguesia, formada pelos pequenos comerciantes que ganhavam cada vez mais poder. Finalmente, a monarquia cai e os burgueses assumem o comando do Estado, utilizando essa estrutura para defender os seus interesses, principalmente, econômicos. O direito moderno é criado como ferramenta de controle da classe dominante, e, portanto, prioriza os interesses desta. O monismo se encontra, desse modo, na conexão entre Estado e direito, onde o primeiro monopoliza a produção de normas jurídicas e determina as formas de relações sociais, baseado em uma visão singular (mono). As normas não emanam da vontade popular, elas são a tradução da vontade das classes dominantes de como a sociedade deve ser. Sua validade não está na aceitação, mas na coação punitiva. Dessa forma, o sistema jurídico moderno, ao não permitir a participação popular em sua construção e seu controle, tira dos grupos marginalizados o poder de fiscalização e condução do direito. É resguardado por esse sistema jurídico que grandes empreendimentos do capital – como os empreendimentos de energia renovável – operam um leque de violências sobre os territórios camponeses. Entre os principais problemas enfrentados pelas comunidades estão os desequilíbrios nas negociações entre as partes, processos de licenciamentos débeis, regulação confusa e falta de transparência processual que levam à perda do usufruto da terra e causam impactos no ecossistema circundante. 

  • Palavras-chave
  • Direito, monismo, conflito, energia, campo
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Encontro de Saberes 7 - Terra, Água e Território: Conflitos e Resistências no Sertão Semiárido
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Allyson Iquesac Santos de Brito – Mestre - PPGHC/UFRN
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Bianca Ferreira do Nascimento – Mestra - PPGHC-UFRN
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira – Doutoranda - PPGH-UFRN
Durval Muniz de Albuquerque Junior – UFRN
Eduardo Cristiano Hass da Silva - UFRN
Franciely de Lucena Medeiros – Doutoranda - PPGH-UFRN
Francisca Araujo Saraiva – Mestranda - PPGHC/UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire – Mestre - PPGHC-UFRN
Helder Alexandre Medeiros Macedo – UFRN
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestre - PPGHC-UFRN
Jessica Éveny Cardoso Martins – Mestranda - PPGHC-UFRN
Jovelina Silva Santos - UERN
Juciene Batista Félix Andrade – UFRN
Karollainy Kannya Dias de Medeiros – Mestranda - PPGHC/UFRN
Laisa Fernanda Santos de Farias - Doutora - UFRN
Laíse Vitória de Figueredo Souza – Mestranda– PPGHC-UFRN
Leandro Vieira Cavalcante – UFRN
Luan de Sousa Batista - Mestrando - PPGHC/UFRN
Luana Barros de Azevedo – Doutoranda – PPGH-UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Joedna Rodrigues Marques – Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Maroni Lopes - UFRN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula (MEMA) - Câmara Municipal de Currais Novos (CMCN)
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN
Tatiane Medeiros Alves – Mestranda - PPGHC/UFRN
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando - PPGHC - UFRN
Vitoria Maria Targino Filgueiras – Mestra - PPGHC-UFRN
Anais da VIII Jornada Nacional de História dos Sertões - O sertão e o mundo: interculturalidades
ISBN 978-65-985933-5-3
Caicó - RN - 04 a 07 de novembro de 2025

Realização
Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó
Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo
Caicó-RN – CEP 59300-000
E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br 

Organizadores
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Joel Carlos de Souza Andrade
Francisca Araújo Saraiva
Gabriely késia de Oliveira Lôa
Ismara Morais da Silva
Karollainy Kennya Dias de Medeiros
Leidiane Francelina Batista
Luana Beatriz de Assis Ferreira
Paula Roberta Maia de Oliveira
Rian Felipe Dutra Diniz
Tatiane Medeiros Alves

Identidade visual
Inspirada na xilogravura “Juazeiro”, do mestre Gustavo Borges, de Bezerros-PE (@xilo_gustavoborges).