ESPAÇOS SAGRADOS: O SANTUÁRIO DAS ROSAS EM JARDIM DE PIRANHAS-RN COMO LUGAR DE DEVOÇÃO POPULAR (XX-XXI)

  • Autor
  • Bianca Ferreira do Nascimento
  • Resumo
  • Este trabalho analisa a constituição do Santuário das Rosas, localizado em Jardim de Piranhas (RN), como um espaço de devoção popular e religiosidade sertaneja. O estudo parte da narrativa fundadora do santuário, cuja origem remonta à promessa feita por Severino Franco da Silva, conhecido como Severino de Cacho, em meados da década de 1940, durante um momento de desespero. Após atribuir à Santa Rita de Cássia o reencontro com o caminho de casa, prometeu erguer uma capela em agradecimento. A promessa foi cumprida décadas depois, em 1993, com a construção de uma pequena capelinha no alto de um serrote, que se transformou em um expressivo polo de fé. A partir desse gesto individual de devoção, consolidou-se um espaço sagrado que hoje atrai romeiros, devotos e visitantes de diversas regiões, abrigando práticas como a entrega de ex-votos, procissões, cavalgadas e celebrações religiosas. Com base nos estudos de Ione Rodrigues Diniz Morais (2005), Maria das Dores de Medeiros (1997) e Emerson José Ferreira de Sousa (2021), compreende-se que o Santuário das Rosas expressa a continuidade de um processo histórico e cultural característico do sertão, em que a religiosidade popular atua como elemento de resistência, coesão e identidade. Esses autores evidenciam como as manifestações de fé sertanejas se vinculam à vida cotidiana, às condições naturais e às experiências simbólicas que marcam o território, resultando na criação de espaços sagrados a partir das práticas comunitárias. A pesquisa ancora-se nos fundamentos da História Cultural, conforme Jatahy Pesavento (2005) e Michel de Certeau (1994), ao considerar o cotidiano como espaço de produção de significados e a cultura popular como forma de ação e resistência. A noção de espaço sagrado, discutida por Zeny Rosendahl (2018), também fundamenta a análise, permitindo compreender como a devoção transforma um espaço comum em um território simbólico de fé. Nesse sentido, o Santuário das Rosas se insere na tipologia das hierópolis brasileiras, nas quais o sagrado se materializa tanto pela experiência mística quanto pela ação ritual da comunidade.

  • Palavras-chave
  • Santuário das Rosas, Religiosidade popular, Espaço sagrado, Seridó, Santa Rita de Cássia
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Encontro de Saberes 9 – O sagrado em movimento: espaços, devoções e experiências religiosas
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  • Encontro de Saberes 1 - Pelas veredas do Brasil interior: memórias, experiências e sujeitos nos sertões do século XX
  • Encontro de Saberes 2 - Relações de poder, práticas políticas e imprensa
  • Encontro de Saberes 3 – Sertões, educação, saúde e processos de interiorização
  • Encontro de Saberes 4 – História indígena e ensino de História
  • Encontro de Saberes 5 - História da família, das mestiçagens e da escravidão em espaços sertanejos
  • Encontro de Saberes 6 - Sertões folclóricos: saberes, práticas e representações do espaço sertanejo a partir do discurso regionalista
  • Encontro de Saberes 7 - Terra, Água e Território: Conflitos e Resistências no Sertão Semiárido
  • Encontro de Saberes 8 – História, Turismo e Patrimônio Cultural: memórias e narrativas dos/sobre os Sertões
  • Encontro de Saberes 9 – O sagrado em movimento: espaços, devoções e experiências religiosas
  • Encontro de Saberes 10 - Mulheres, crimes e violência: olhares para o corpo feminino sob a esfera judicial
  • Encontro de Saberes 11 – História, gênero e sertões
  • Encontro de Saberes 12 - A Invenção do Sertão em Mídias Digitais e Telas: Discursos e Identidades Contemporâneas
  • Encontro de Saberes 13 - Contribuições dos Arquivos Digitais às Investigações em História da Educação, História da Matemática e História da Educação Matemática

Allyson Iquesac Santos de Brito – Mestre - PPGHC/UFRN
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Bianca Ferreira do Nascimento – Mestra - PPGHC-UFRN
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira – Doutoranda - PPGH-UFRN
Durval Muniz de Albuquerque Junior – UFRN
Eduardo Cristiano Hass da Silva - UFRN
Franciely de Lucena Medeiros – Doutoranda - PPGH-UFRN
Francisca Araujo Saraiva – Mestranda - PPGHC/UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire – Mestre - PPGHC-UFRN
Helder Alexandre Medeiros Macedo – UFRN
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestre - PPGHC-UFRN
Jessica Éveny Cardoso Martins – Mestranda - PPGHC-UFRN
Jovelina Silva Santos - UERN
Juciene Batista Félix Andrade – UFRN
Karollainy Kannya Dias de Medeiros – Mestranda - PPGHC/UFRN
Laisa Fernanda Santos de Farias - Doutora - UFRN
Laíse Vitória de Figueredo Souza – Mestranda– PPGHC-UFRN
Leandro Vieira Cavalcante – UFRN
Luan de Sousa Batista - Mestrando - PPGHC/UFRN
Luana Barros de Azevedo – Doutoranda – PPGH-UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Joedna Rodrigues Marques – Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Maroni Lopes - UFRN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula (MEMA) - Câmara Municipal de Currais Novos (CMCN)
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN
Tatiane Medeiros Alves – Mestranda - PPGHC/UFRN
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando - PPGHC - UFRN
Vitoria Maria Targino Filgueiras – Mestra - PPGHC-UFRN
Anais da VIII Jornada Nacional de História dos Sertões - O sertão e o mundo: interculturalidades
ISBN 978-65-985933-5-3
Caicó - RN - 04 a 07 de novembro de 2025

Realização
Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó
Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo
Caicó-RN – CEP 59300-000
E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br 

Organizadores
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Joel Carlos de Souza Andrade
Francisca Araújo Saraiva
Gabriely késia de Oliveira Lôa
Ismara Morais da Silva
Karollainy Kennya Dias de Medeiros
Leidiane Francelina Batista
Luana Beatriz de Assis Ferreira
Paula Roberta Maia de Oliveira
Rian Felipe Dutra Diniz
Tatiane Medeiros Alves

Identidade visual
Inspirada na xilogravura “Juazeiro”, do mestre Gustavo Borges, de Bezerros-PE (@xilo_gustavoborges).