Entre Capitanias, Uma Família: Formação Territorial a Partir de Famílias Não-Brancas (Rio Grande do Norte e Pernambuco, Séculos XVIII-XIX)

Entre Capitanias, Uma Família: Formação Territorial a Partir de Famílias Não-Brancas (Rio Grande do Norte e Pernambuco, Séculos XVIII-XIX)

• Autor
• Matheus Barbosa Santos
• Resumo

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  Investiga o processo de territorialização e territorialidades entre o Totoró, localizado no sertão da Capitania do Rio Grande do Norte, e Igarassu/PE, na Capitania de Pernambuco, entre os séculos XVIII e XIX. Metodologicamente partiu de revisão historiográfica, análise e transcrição de inventários post-mortem e cartas de alforria, que foram cruzadas com registros paroquiais de batismo e casamento da Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó, Freguesia dos Santos Cosme e Damião de Igarassu, Freguesia de Nossa Senhora da Guia do Acari e Freguesia da Senhora Santa Ana dos Currais Novos; além de trabalhar com os registros civis de nascimento, casamento e óbito de Igarassu/PE e Recife/PE. Partiu da hipótese que o fenômeno da territorialização e da territorialidade, não envolveu apenas a família Lopes Galvão, sujeitos com ascendência portuguesa, de origem luso-brasílica, notadamente brancos e livres, elegidos enquanto os desbravadores e povoadores do Totoró, que teriam partido de Igarassu, na Capitania de Pernambuco, para tomarem posses de suas terras no sertão do Seridó, na porção territorial localizada na Ribeira do Acauã, na segunda metade do século XVIII. Acreditamos, no entanto, que nesse fenômeno houve a participação de indivíduos e famílias não-brancas, fossem eles escravizados, forros ou livres. Utilizando os pressupostos da História Quantitativa e Serial e da Micro-História, foi realizado o cruzamento de dados entre fontes judicias, eclesiásticas e civis, que abrangem os séculos XVIII, XIX, XX e XXI, com o intuito de investigar o processo de formação e constituição de trajetórias e redes de parentela não-brancas, do acúmulo de cabedal por parte dos sujeitos e suas famílias, e dos usos e apropriações entre os territórios do Totoró e de Igarassu. A partir das discussões de Claude Raffestin, Marcelo Souza e Marco Saquet, das pesquisas de Manoela Pedroza e Helder Macedo, foi possível constatar que os integrantes das famílias não-brancas também foram responsáveis pelo processo de territorialização e territorialidade dos lugares referidos, que estavam inseridos nas malhas sociais do seu tempo e espaço, como é o caso da família do Miguel Figueira Galvão e Maria Madalena da Conceição.

• Palavras-chave
• Sertão, Totoró, Igarassu, Escravidão, Mestiçagem.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Encontro de Saberes 5 - História da família, das mestiçagens e da escravidão em espaços sertanejos

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