Bento das Covinhas: uma relação de reciprocidade ecoante entre vozes e espaços

  • Autor
  • Cleidiane de Araújo Oliveira
  • Resumo
  •  

    A história das Covinhas se entrelaça com a história do Sr. Raimundo Honório Cavalcanti de Oliveira e reflete numa permanente associação entre a figura do Sr. Bento Honório e a construção da devoção. Este trabalho visa analisar como essas histórias se cruzaram e permanecem vinculadas em narrativas da imprensa, dos devotos e familiares e no próprio espaço sagrado destinado às Covinhas. Quem conhece ou já ouviu falar nas Meninas das Covinhas também já ouviu sobre Bento Honório, como é conhecido. Esse sujeito foi o primeiro divulgador do poder das milagreiras através do relato de sua cura de uma doença com prognóstico terminal e quem idealizou o lugar de devoção às Meninas das Covinhas.  Ao iniciar a catalogação do material acerca das Covinhas no ciberespaço, sobretudo, nos blogs de turismo e sites de notícias, percebi como a história das Covinhas e do Sr. Bento Honório se cruzam de forma que não é possível falar de uma, sem mobilizar a outra. Essa percepção se concretizou quando iniciei as entrevistas com devotos das Covinhas e familiares de Bento Honório que reiteraram o papel do fazendeiro na construção da devoção. Dessa forma, compreendo que a obra religiosa do senhor Bento Honório permanece ecoando nas vozes que dizem, creem e significam o lugar das Covinhas. Para essa discussão mobilizo a categoria de milagreiro elaborada por Lourival Andrade Júnior (2021) que indica um tipo de devoção criada e recriada, sobretudo, pelos devotos e que não se subordina aos processos de oficialização comuns na Igreja Católica Apostólica Romana. Além disso, trago as categorias espaciais nas dimensões simbólica, religiosa e digital. Para tanto, utilizo respectivamente o conceito de lugar, segundo a percepção de Yi-Fu Tuan (2015), na dimensão religiosa trabalho com a ideia de espaço sagrado discutido por Mircea Eliade (1992) e no digital, utilizo a categoria de ciberespaço definido por Pierre Lévy (1999). Unido a esse aparato conceitual, instrumentalizo a pesquisa com as metodologias da história oral na perspectiva da Verena Alberti (2013) e a análise do discurso digital de Cristiane Dias (2018).

     

  • Palavras-chave
  • Espaço, Devoção, Milagreiro.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Encontro de Saberes 9 – O sagrado em movimento: espaços, devoções e experiências religiosas
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  • Encontro de Saberes 1 - Pelas veredas do Brasil interior: memórias, experiências e sujeitos nos sertões do século XX
  • Encontro de Saberes 2 - Relações de poder, práticas políticas e imprensa
  • Encontro de Saberes 3 – Sertões, educação, saúde e processos de interiorização
  • Encontro de Saberes 4 – História indígena e ensino de História
  • Encontro de Saberes 5 - História da família, das mestiçagens e da escravidão em espaços sertanejos
  • Encontro de Saberes 6 - Sertões folclóricos: saberes, práticas e representações do espaço sertanejo a partir do discurso regionalista
  • Encontro de Saberes 7 - Terra, Água e Território: Conflitos e Resistências no Sertão Semiárido
  • Encontro de Saberes 8 – História, Turismo e Patrimônio Cultural: memórias e narrativas dos/sobre os Sertões
  • Encontro de Saberes 9 – O sagrado em movimento: espaços, devoções e experiências religiosas
  • Encontro de Saberes 10 - Mulheres, crimes e violência: olhares para o corpo feminino sob a esfera judicial
  • Encontro de Saberes 11 – História, gênero e sertões
  • Encontro de Saberes 12 - A Invenção do Sertão em Mídias Digitais e Telas: Discursos e Identidades Contemporâneas
  • Encontro de Saberes 13 - Contribuições dos Arquivos Digitais às Investigações em História da Educação, História da Matemática e História da Educação Matemática

Allyson Iquesac Santos de Brito – Mestre - PPGHC/UFRN
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Bianca Ferreira do Nascimento – Mestra - PPGHC-UFRN
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira – Doutoranda - PPGH-UFRN
Durval Muniz de Albuquerque Junior – UFRN
Eduardo Cristiano Hass da Silva - UFRN
Franciely de Lucena Medeiros – Doutoranda - PPGH-UFRN
Francisca Araujo Saraiva – Mestranda - PPGHC/UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire – Mestre - PPGHC-UFRN
Helder Alexandre Medeiros Macedo – UFRN
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestre - PPGHC-UFRN
Jessica Éveny Cardoso Martins – Mestranda - PPGHC-UFRN
Jovelina Silva Santos - UERN
Juciene Batista Félix Andrade – UFRN
Karollainy Kannya Dias de Medeiros – Mestranda - PPGHC/UFRN
Laisa Fernanda Santos de Farias - Doutora - UFRN
Laíse Vitória de Figueredo Souza – Mestranda– PPGHC-UFRN
Leandro Vieira Cavalcante – UFRN
Luan de Sousa Batista - Mestrando - PPGHC/UFRN
Luana Barros de Azevedo – Doutoranda – PPGH-UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Joedna Rodrigues Marques – Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Maroni Lopes - UFRN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula (MEMA) - Câmara Municipal de Currais Novos (CMCN)
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN
Tatiane Medeiros Alves – Mestranda - PPGHC/UFRN
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando - PPGHC - UFRN
Vitoria Maria Targino Filgueiras – Mestra - PPGHC-UFRN
Anais da VIII Jornada Nacional de História dos Sertões - O sertão e o mundo: interculturalidades
ISBN 978-65-985933-5-3
Caicó - RN - 04 a 07 de novembro de 2025

Realização
Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó
Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo
Caicó-RN – CEP 59300-000
E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br 

Organizadores
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Joel Carlos de Souza Andrade
Francisca Araújo Saraiva
Gabriely késia de Oliveira Lôa
Ismara Morais da Silva
Karollainy Kennya Dias de Medeiros
Leidiane Francelina Batista
Luana Beatriz de Assis Ferreira
Paula Roberta Maia de Oliveira
Rian Felipe Dutra Diniz
Tatiane Medeiros Alves

Identidade visual
Inspirada na xilogravura “Juazeiro”, do mestre Gustavo Borges, de Bezerros-PE (@xilo_gustavoborges).