O Projeto Baixo Açu começou a ser anunciado pela imprensa norte-rio-grandense em 1972. Tratava-se de um empreendimento voltado à irrigação do Vale do Açu, microrregião do Rio Grande Norte plenamente inscrita na zona climática do semiárido, mas caracterizada pela fertilidade das terras em torno do Rio Açu. Por essa caracterísitca, a área era referenciada, desde o início do século XX, como o "celeiro" do estado. O projeto previa a construção de uma portentosa barragem, a Armando Ribeiro Gonçalves, entre Açu, Ipanguaçu, Jucurutu e São Rafael, e a instalação de um Perímetro Público Irrigado a jusante da represa. Coube ao Departamento Nacional Contra as Secas (Dnocs) a coordenação do projeto, em torno do qual os técnicos e engenheiros edificaram um conjunto de narrativas que apontavam para o progresso e prometiam a "redenção" do vale. Sujacente ao projeto, entretanto, havia uma série de contradições que rerpesentaram um profundo impacto sobre a vida das pessoas diretamente atingidas, dentre as quais destacam-se os moradores da cidade de São Rafael, cujo núcleo urbano haveria de ser completamente inundado pelas águas da barragem. "A cidade condenada", assim definiu um jornal da época. O nosso objetivo com esta apresentação é discutir os impactos do projeto sobre a cidade no período que antecede a inundação, entre 1972, quando vieram a lume os primeiros anúncios, e 1983, quando a represa foi inaugurada e os moradores foram forçados a se mudarem para a Nova São Rafael, construída para abrigar os desterrados da velha cidade. Aqui, não trataremos dos impactos posteriores à inundação. Em vez disso, analisaremos como o próprio anúncio instaura na cidade uma condição de espera. Uma espera atravessada pela dúvida, pelo medo e pela angústia.
Allyson Iquesac Santos de Brito – Mestre - PPGHC/UFRN
Ane Luíse Silva Mecenas Santos - UFRN
Bianca Ferreira do Nascimento – Mestra - PPGHC-UFRN
Claúdia Cristina do Lago Borges - UFPB
Cleidiane de Araújo Oliveira – Doutoranda - PPGH-UFRN
Durval Muniz de Albuquerque Junior – UFRN
Eduardo Cristiano Hass da Silva - UFRN
Franciely de Lucena Medeiros – Doutoranda - PPGH-UFRN
Francisca Araujo Saraiva – Mestranda - PPGHC/UFRN
Francisco Firmino Sales Neto - UFCG
Gabriel da Silva Freire – Mestre - PPGHC-UFRN
Helder Alexandre Medeiros Macedo – UFRN
Jailma Maria de Lima - UFRN
Jardel Bezerra Araújo da Silva - Mestre - PPGHC-UFRN
Jessica Éveny Cardoso Martins – Mestranda - PPGHC-UFRN
Jovelina Silva Santos - UERN
Juciene Batista Félix Andrade – UFRN
Karollainy Kannya Dias de Medeiros – Mestranda - PPGHC/UFRN
Laisa Fernanda Santos de Farias - Doutora - UFRN
Laíse Vitória de Figueredo Souza – Mestranda– PPGHC-UFRN
Leandro Vieira Cavalcante – UFRN
Luan de Sousa Batista - Mestrando - PPGHC/UFRN
Luana Barros de Azevedo – Doutoranda – PPGH-UFRN
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Joedna Rodrigues Marques – Doutoranda - PPGH-UFRN
Maria Maroni Lopes - UFRN
Matheus Barbosa Santos - Memorial Mateus de Medeiros Lula (MEMA) - Câmara Municipal de Currais Novos (CMCN)
Sarah Campelo Cruz Gois - IFRN
Tatiane Medeiros Alves – Mestranda - PPGHC/UFRN
Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra - Mestrando - PPGHC - UFRN
Vitoria Maria Targino Filgueiras – Mestra - PPGHC-UFRN
Anais da VIII Jornada Nacional de História dos Sertões - O sertão e o mundo: interculturalidades ISBN 978-65-985933-5-3 Caicó - RN - 04 a 07 de novembro de 2025 Realização Programa de Pós-Graduação em História do CERES (PPGHC-UFRN) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES/Campus de Caicó Prédio das Pós-Graduações – Rua Joaquim Gregório, sn, Penedo Caicó-RN – CEP 59300-000 E-mail: sertoes@ceres.ufrn.br Organizadores Helder Alexandre Medeiros de Macedo Joel Carlos de Souza Andrade Francisca Araújo Saraiva Gabriely késia de Oliveira Lôa Ismara Morais da Silva Karollainy Kennya Dias de Medeiros Leidiane Francelina Batista Luana Beatriz de Assis Ferreira Paula Roberta Maia de Oliveira Rian Felipe Dutra Diniz Tatiane Medeiros Alves Identidade visual Inspirada na xilogravura “Juazeiro”, do mestre Gustavo Borges, de Bezerros-PE (@xilo_gustavoborges).