A Presença da Libras e a inclusão nos currículos de História da UFRN/CERES: uma análise histórica e pedagógica (1960–2013)

A Presença da Libras e a inclusão nos currículos de História da UFRN/CERES: uma análise histórica e pedagógica (1960–2013)

• Autor
• Makênia Rhamilly Diniz
• Co-autores
• Bianca Sonale Fonseca da Silva
• Resumo

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  O presente trabalho objetiva analisar o processo de formação docente no curso de Licenciatura em História da UFRN, campus de Caicó, entre 1960 e 2013, destacando as transformações curriculares que acompanharam as mudanças sociais, políticas e pedagógicas do país. A pesquisa, de natureza documental e abordagem histórico-educacional, toma como fonte as matrizes curriculares e diretrizes institucionais do curso, buscando compreender como a inclusão e a diversidade passaram a integrar o projeto formativo dos futuros professores. Nos currículos das décadas iniciais, predominava uma estrutura voltada à transmissão de conteúdos eurocêntricos, sem espaço para discussões sobre diferenças culturais ou acessibilidade. Esse cenário começa a se modificar a partir dos anos 2000, com a inserção de componentes que abordam a educação especial e a diversidade. A virada mais significativa ocorre em 2011, quando a disciplina Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS, é incorporada de forma obrigatória, permanecendo também no currículo de 2013 até a atualidade. Tal inserção reflete a influência do Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta a obrigatoriedade do ensino da Libras nos cursos de licenciaturas e impulsiona uma nova concepção de formação docente no ensino superior. Mais do que atender a uma norma legal, a presença da Libras representa uma mudança de paradigma: ensinar História passa a envolver o reconhecimento das múltiplas linguagens e experiências humanas. Conforme Mantoan, a inclusão ultrapassa o campo da deficiência, propondo uma reorganização ética e pedagógica da escola. Nesse sentido, a Libras torna-se espaço de reflexão sobre linguagem, poder e cultura, possibilitando ao licenciando compreender a surdez como identidade e expressão cultural, como defendem Quadros e Karnopp. Nos sertões potiguares, onde se localiza o CERES, essa transformação assume contornos simbólicos e sociais profundos. A interiorização da UFRN ampliou o acesso ao ensino superior e consolidou o compromisso com uma educação inclusiva e humanizadora. A disciplina de Libras, mesmo com carga horária reduzida, atua como ponte entre o ensino de História e as políticas de democratização, incentivando práticas pedagógicas que valorizam as diferenças e fortalecem a cidadania. Conclui-se que a trajetória curricular da Licenciatura em História da UFRN revela um movimento contínuo de abertura à diversidade e ao diálogo intercultural. A inclusão da Libras expressa o amadurecimento de uma política formativa comprometida com a equidade, reafirmando o papel da universidade pública como espaço de transformação social e de valorização das múltiplas formas de comunicar, ensinar e aprender. Compreende-se o impacto social disso, uma vez que o CERES forma grande parte dos professores de História de Caicó e região.

   

• Palavras-chave
• Formação docente, Libras, Inclusão, Ensino de História, UFRN, Interiorização.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Encontro de Saberes 3 – Sertões, educação, saúde e processos de interiorização

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