Introdução: O Papilomavírus Humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmissível frequente, que se apresenta clinicamente como verrugas ou como lesões com alto risco de evolução para câncer, principalmente se houver persistência da infecção. Nas mulheres esse vírus tem grande importância, pois é responsável pela quase totalidade da carcinogênese do colo uterino. A melhor estratégia de prevenção é a vacinação. No Brasil estão disponíveis a vacina bivalente (contra HPV 16 e 18) e quadrivalente (contra HPV 6, 11, 16 e 18). A aplicação gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) abrange meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e imunodeprimidos(as) de 9 a 26 anos. O esquema posológico é de duas doses, com 6 meses de diferença. O Amazonas foi o primeiro estado brasileiro a oferecer esse imunizante pelo SUS, visto que, nesse local, a neoplasia cervical é o tipo de câncer que tem a maior prevalência entre as mulheres. Objetivos: Analisar estimativas de cobertura vacinal da primeira e segunda dose da vacina contra o HPV no estado do Amazonas entre 2017 e 2021. Métodos: Estudo retrospectivo e descritivo com base nos dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, obtidos por meio do DATASUS, no período de 2017 a 2021. Resultados: Nos últimos 5 anos, foram aplicadas 687.967 doses contra o HPV no Amazonas. Em 2017 o quantitativo foi de 171.326 doses, em 2018 passou para 167.534 e no ano seguinte teve um decréscimo para 143.799. Já em 2020 e 2021 esse índice caiu para 111.551 e 93.757, respectivamente. Do total de doses do imunizante aplicadas nesse período, 391 mil correspondem à primeira dose e 295.145 à segunda. O público feminino foi responsável por 368.110 doses e o masculino 319.857. A faixa etária com maior adesão à vacinação nas meninas foi de 9 a 11 anos e nos meninos de 11 a 13 anos. A capital do estado obteve 340.484, enquanto as demais cidades aplicaram 374.573 doses no mesmo período. Conclusão: O objetivo do Plano Nacional de Imunização é atingir cobertura vacinal das duas doses em pelo menos 80% do público-alvo. Entretanto nota-se que a imunização no Amazonas, nos anos de 2017 a 2021, teve resultados aquém dos preconizados, principalmente nas regiões interioranas, em meninos e em relação à segunda dose. Constatou-se queda do número de aplicações ao longo dos anos, que se intensificou no período após início da pandemia de Covid-19 (2020-2021), a qual repercutiu negativamente na cobertura. Essa é uma realidade preocupante pois, além da insuficiente proteção alcançada nesse grupo, há sobra de imunizantes que ultrapassam a data de validade, o que resulta em desperdício de recursos. Dessa forma, faz-se necessário o desenvolvimento de medidas que ampliem nas crianças/adolescentes e pais, o conhecimento acerca do vírus e da importância da vacinação, a fim de que haja maior procura por esse serviço e de que as metas estabelecidas fiquem mais próximas de serem alcançadas.
Comissão avaliadora dos trabalhos:
Presidente: Dra. Maillene R Lisboa – (RO)
maillenelisboa@unir.br
Secretária: Dra. Ivanice Fernandes Barcellos Gemelli – (RO)
ivanice.gemelli@unir.br
MEMBROS:
Dra. Cynthia Mara Brito Lins Pereira (PA)
cmblins@gmail.com
Dr. Gilson José Corrêa (AM)
manaus.gilson@gmail.com
Dra. Heliamara Teles (AM)
heliamarateles@hotmail.com
Dr. Júlio Eduardo Gomes Pereira (AC)
julioeduardo.pereira@gmail.com
Dra. Marinês Rodrigues dos Santos Cézar (RO)
dramarines@hotmail.com