Introdução: Reduzir a mortalidade materna é um grande desafio de saúde pública no Brasil, principalmente nos estados da região Norte e Nordeste e é um problema consideravelmente maior quando falamos em gestantes adolescentes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde são considerados adolescentes os indivíduos na faixa etária entre 10 até 19 anos e o óbito materno é descrito como a morte de uma mulher durante a gestação, parto ou até 42 dias após o término da gestação, por qualquer motivo relacionado à gravidez, excluindo causas acidentais ou incidentais. As principais causas de mortalidade materna no Brasil estão relacionadas a hemorragias uterinas e síndromes hipertensivas específicas da gravidez que são condições previníveis e evitáveis e estão associadas a qualidade da assistência pré-natal dentro da rede de atenção primária. Objetivo: Descrever o índice de mortalidade materna na adolescência, da Região Norte, entre os anos de 2016 e 2020. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, elaborado com dados secundários, caracterizado como pesquisa de natureza descritiva e caráter quantitativo, utilizando o DATASUS como base de dados. Os resultados encontrados foram tabulados e processados no Microsoft Office Excel versão 2007 e posteriormente foram elaborados gráficos e tabelas. Resultados: Em 2016, a região Norte correspondia por 22,4% (n=48) das mortes maternas de adolescentes no Brasil. Em 2017 houve uma redução para 18,3% (n=39), em 2018 um aumento para 24,3% (n=53), em 2019 esse percentual foi para 20,4% (n=40), subindo em 2020 para 25,8% (n=40) das mortes maternas entre adolescentes do país. Na análise dos últimos cinco anos existiu uma tendência à estabilidade nas taxas, mas ainda assim, os índices correspondem a um quinto das mortes entre adolescentes gestantes no Brasil. Conclusão: A dificuldade na redução das taxas de morte materna, especialmente entre adolescentes, evidencia a necessidade de melhorias na qualidade da assistência prestada durante o pré-natal, o parto e o puerpério. Apesar da tendência à estabilização das taxas de mortalidade materna na região Norte, são necessárias medidas e ações intervencionistas para minimizar os impactos negativos que esses eventos trazem para sociedade e família, seja no âmbito econômico ou social. A saúde das adolescentes necessita de um olhar atento e diferenciado dos profissionais, buscando dessa forma, minimizar riscos e reduzir danos tanto emocionais quanto físicos. Vale destacar nesse processo, a importância de ações educativas com adolescentes, envolvendo temáticas essenciais nessa fase da vida, como por exemplo, educação sexual e prevenção da gravidez precoce e/ou indesejada. E, nos casos de adolescentes já gestantes, precisamos atuar objetivando a redução da mortalidade materna através de educação em saúde, início precoce do atendimento pré-natal e um seguimento atento dessas gestantes até o puerpério.
Comissão avaliadora dos trabalhos:
Presidente: Dra. Maillene R Lisboa – (RO)
maillenelisboa@unir.br
Secretária: Dra. Ivanice Fernandes Barcellos Gemelli – (RO)
ivanice.gemelli@unir.br
MEMBROS:
Dra. Cynthia Mara Brito Lins Pereira (PA)
cmblins@gmail.com
Dr. Gilson José Corrêa (AM)
manaus.gilson@gmail.com
Dra. Heliamara Teles (AM)
heliamarateles@hotmail.com
Dr. Júlio Eduardo Gomes Pereira (AC)
julioeduardo.pereira@gmail.com
Dra. Marinês Rodrigues dos Santos Cézar (RO)
dramarines@hotmail.com