Uso prático de algoritmo para reexposição à penicilina em gestantes com sífilis e história de alergia aos beta lactâmicos: relato de 2 casos

  • Autor
  • Carlos Henrique Santos Góis FILHO
  • Co-autores
  • Renato Leão Praxedes ARAUJO , Iramirton Figuerêdo MOREIRA , Cynthia Mafra Fonseca de LIMA
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: A sífilis gestacional não corretamente tratada pode levar à prematuridade, infecção dos recém nascidos, baixo peso ao nascer e morte neonatal. A penicilina benzatina é o medicamento de escolha. Porém, a maioria das gestantes rotuladas de alérgicas à penicilina são diagnosticadas erroneamente e deixam de receber esse tratamento. Recentemente foi demonstrado a eficácia e segurança de algoritmo para guiar a reexposição da penicilina nestes casos. O objetivo deste trabalho é relatar a aplicação desse algoritmo em duas gestantes com sífilis e história de alergia aos beta lactâmicos.  DESCRIÇÃO DO CASO: Uma gestante, com história referida de angioedema e urticária após uso de amoxicilina e outros medicamentos. Outra gestante com história referida de alergia à penicilina na infância, sem conhecimento acerca de detalhes da reação. Ambas encaminhadas para serviço de Alergia e Imunologia do hospital universitário em Alagoas, com diagnóstico de sífilis confirmado e indicação de tratamento com penicilina. Em ambiente hospitalar e após assinatura do TCLE, as pacientes foram submetidas ao teste cutâneo intradérmico (ID) na concentração 10.000 UI/ml de penicilina G, ambas apresentaram resultados negativos. Em seguida foram submetidas a protocolo de provocação com penicilina cristalina nas concentrações de 50.000 UI/ml, 5.000 UI/ml e 500 UI/ml, segundo o algoritmo utilizado, sem apresentar sintomas. Ambas receberam o tratamento com penicilina benzatina 2.400 UI via IM. DISCUSSÃO: Os resultados de teste cutâneo ID e a provocação IV evidenciaram que o diagnóstico de alergia à penicilina estava equivocado e as pacientes puderam receber com segurança o tratamento para a sífilis. Se uma dessas etapas tivesse sido positiva, as pacientes seriam submetidas a dessensibilização através de protocolo intravenoso, que demonstrou segurança em comparação ao tradicional protocolo oral. CONCLUSÃO: Este relato corrobora a segurança e eficácia do algoritmo utilizado. Seu uso deve ser encorajado para permitir o melhor tratamento para gestantes com sífilis e diagnóstico de alergia a  betalactâmicos.

  • Palavras-chave
  • Dessensibilização imunológica. Parturiente. Sensibilidade à medicação. Sífilis congênita.
  • Área Temática
  • Hipersensibilidade a medicamentos
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Anais para os trabalhos expostos na Jornada ALPE de Alergia

  • Alergia Alimentar
  • Anafilaxia
  • Asma e lactente sibilante
  • Dermatite atópica e de contato
  • Hipersensibilidade a medicamentos
  • Rinite
  • Urticária e angioedema

Comissão Científica

Dr Luiz Alexandre

Dra Cynthia Mafra

Dr Iramirton Moreira

Dra Rosa Maria

Dr Filipe Wanick

Dra Liane Santana

cientificoalpe@gmail.com

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