Tratamento de urticária crônica espontânea. Abordagem com SLOW Medicine

  • Autor
  • Natalia Araújo LOPES
  • Co-autores
  • Mairlon Oliveira de ARRUDA , Matheus Silva QUEIROZ , Victor da Costa Ribas ROQUE , Rayssa Galdino CAVALCANTE , Filipe Wanick SARINHO , Luiz Alexandre Ribeiro da ROCHA , Emanuel Sávio Cavalcanti SARINHO
  • Resumo
  • Tratamento de urticária crônica espontânea. Abordagem com SLOW Medicine

    Resumo: Slow Medicine aplicada em paciente com  urticária crônica espontânea (UCE) coexistente  com distúrbio psíquico envolvendo transtorno de  ansiedade.

    Introdução: A Slow Medicine é uma filosofia que resgata os processos de cuidado com uma relação de escuta, diálogo e compartilhamento de decisões com o paciente. Para condições multifacetadas com caráter limitante para o paciente e de complexo manejo médico, como a urticária crônica espontânea (UCE), é iminente uma abordagem baseada nestes princípios de sobriedade e de respeito, numa condução racional e ponderada do cuidado médico. Descrição do caso: mulher, 30 anos, com quadro clínico de urticária crônica espontânea (UCE), de difícil manejo, com apresentação típica de urticas pruriginosas, disseminadas na pele e angioedema. A doença cutânea causou à paciente uma piora do seu transtorno de ansiedade generalizada (TAG), bem como este ocasionou prejuízos importantes ao manejo por mudanças intempestivas de medicamentos para a  urticária. Sem regularidade e autonomamente, a paciente fez uso de Cetirizina, sem sucesso. Sequencialmente, sob prescrição médica, fez uso de Prednisolona e Bilastina, sendo recomendada a suspensão após um mês. Sem remissão do quadro e com intensas crises ansiosas, a paciente passou a usar, indiscriminadamente e sem orientação médica, anti-histamínicos de 2ª geração, como Fexofenadina, Levocetirizina, além de corticosteroides por tempo prolongado que lhe renderam imunossupressão, síndrome de Cushing, ganho de peso, consequentemente  agravo de  TAG e o aparecimento de transtorno  depressivo. Em nova tentativa terapêutica, sob prescrição médica, a paciente fez uso de Omalizumabe 300mg/mês durante quatro meses, mas descontinuou o tratamento por conta própria e não teve melhora da doença. Sob nova orientação médica, foram realizados exames laboratoriais, com ANTI-TPO de 285,6 UI/mL, corroborando com o quadro de UCE acompanhada de alterações autoimunes tireoideanas. Após isso, foi esclarecida pelo médico a necessidade de continuidade do tratamento, desmame do corticosteroide, uso contínuo de Ebastina 10 mg, aliado ao uso do Omalizumabe, ainda, a importância da procura de tratamento para a TAG. A paciente apresentou remissão após seis meses de tratamento contínuo e regular. Discussão do caso: o contexto mecanicista da resposta ao estresse psicológico na UCE é ultrapassado, pois sabe-se que fatores imunológicos e ambientais, psíquicos e sociais agem mutuamente ou se sucedem causando os sintomas clínicos da doença. No caso atual, existem alterações autoimunes tireoideanas associados ao quadro de UCE, e ainda fatores emocionais, como ansiedade, que já existiam e coexistiram com a afecção cutânea e modularam-na, interferindo na mudança terapêutica frequente e na polifarmácia realizadas. Na condução da paciente, foi vital reafirmar os princípios da Slow Medicine, com uma abordagem acolhedora, racionalizando-se o uso de múltiplos medicamentos e de forma desregulada, além de cuidar da parte emocional, da educação da paciente e realizar farmacoterapia ordenada condizente ao caso. Aspectos éticos: Paciente consentiu e assinou  Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Sua privacidade foi protegida e seus dados anonimizados para preservar sua identidade. Conclusão: a UCE de cunho imunológico é condição crônica de sofrimento em que a  modulação do  estresse deve ser considerada. Logo, a abordagem da Slow Medicine é necessária para esperar mais com o  cuidado que as vezes o efeito  farmoterápico ideal aparece, além de apoio psicológico e educação do paciente, com base nos princípios dessa abordagem.

     

     

     

  • Palavras-chave
  • Alergia, arte na medicina, relação médico-paciente
  • Área Temática
  • Urticária e angioedema
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Comissão Científica

Dr Luiz Alexandre

Dra Cynthia Mafra

Dr Iramirton Moreira

Dra Rosa Maria

Dr Filipe Wanick

Dra Liane Santana

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