Resumo: Importância da associação do Eritrovírus B19 e casos de Urticária aguda em pacientes pediátricos. Introdução: A urticária infecciosa por Eritrovírus B19 é caracterizada por placas pruriginosas eritemato edematosas benignas que surgem majoritariamente em crianças de seis a 14 anos. O vírus é distribuído por todo o mundo e a transmissão é principalmente por aerossóis, com padrão sazonal e cíclico, predominando em épocas de chuva e alta umidade. Aspectos legais: Participação da paciente menor de 18 anos foi consentida por responsável legal, assinando um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para responsáveis legais por menor 18 anos. Sua privacidade foi protegida e seus dados anonimizados para preservar sua identidade. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 8 anos, sem comorbidades prévias, há 5 meses apresentou quadro viral seguido de rash cutâneo disseminado, associado à indisposição e à febre. A genitora informa que no segundo dia de sintomas ofereceu anti-histamínico, no entanto, a criança não apresentou resposta, sendo levada à emergência. Treze dias após a primeira manifestação, a criança apresentou recidiva dos sintomas. Paciente foi, então, levada a consulta ambulatorial com alergologista, na qual foram solicitados exames laboratoriais que, juntamente com os achados clínicos, confirmaram o diagnóstico sorológico de Eritrovírus B19 que pode associar-se com urticária, sendo prescrito Cetirizine 5mg. A medicação foi suspensa há cerca de um mês devido a remissão completa do quadro, seguindo, até então, com um controle total das manifestações. Discussão: A urticária aguda é um fenômeno imunomediado com duração inferior a 6 semanas, que ocorre como consequência da degranulação de mastócitos. Apesar de comumente ser um quadro autolimitado, em algumas ocasiões tornam-se necessárias intervenções, como no caso supracitado. A ausência de remissão espontânea do quadro clínico faz com que outros agentes causadores de urticária tenham suas hipóteses apontadas, como é o caso das etiologias virais. O eritrovírus B19 apresenta-se em seu período de virulência como um quadro similar a um resfriado comum, por meio de febre baixa e indisposição, assim como os sintomas acometidos pela paciente. No entanto, após um período de aproximadamente 17 dias, entre a exposição e o surgimento de anticorpos anti-B19 IgG, surgem as manifestações cutâneas. Elas são apresentadas inicialmente como um eritema macular na região malar, seguidos de pápulas eritemato-pruriginosas expostas em tronco e membros após no máximo 4 dias. O quadro tende a entrar em remissão por volta de 1-3 semanas, no entanto, pode ser restabelecido através de estresse físico e mental ou por meio de exposição solar, assim como o ocorrido no relato. O tratamento tem como objetivo o alívio dos sintomas e a melhora da qualidade de vida do paciente. A terapêutica é feita por meio do uso de anti-histamínicos, de preferência de receptores H1 de segunda geração, assim como o Cetirizine administrado. Conclusão: Este relato de caso destaca a importância de considerar infecções virais, como a causada pelo Eritrovírus B19, no diagnóstico de urticária aguda em crianças. A paciente, uma menina de 8 anos, apresentou urticária associada a sintomas virais, demonstrando a necessidade de uma avaliação clínica detalhada e exames laboratoriais para confirmação diagnóstica. A resposta inadequada ao anti-histamínico inicial e a recidiva dos sintomas ressaltam a necessidade de um acompanhamento cuidadoso. Este caso contribui para a conscientização sobre a urticária associada ao Eritrovírus B19, enfatizando a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado para garantir a recuperação e minimizar o impacto na qualidade de vida das crianças.
Anais para os trabalhos expostos na Jornada ALPE de Alergia
Comissão Científica
Dr Luiz Alexandre
Dra Cynthia Mafra
Dr Iramirton Moreira
Dra Rosa Maria
Dr Filipe Wanick
Dra Liane Santana
cientificoalpe@gmail.com
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