O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO SOBRE DOENÇA DE CHAGAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Autor
  • TAYANE MACHADO DOS PASSOS
  • Co-autores
  • Paula Mayara Gonçalves de Carvalho
  • Resumo
  •  

    Introdução: A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário hemoflagelado Trypanosoma cruzi. Foi descoberta em 15 de abril de 1909, na cidade mineira de Lassance, pelo médico e pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, Carlos Justiniano Ribeiro Chagas, e é considerada uma das patologias de mais larga distribuição e tradição de pesquisa em todo o continente sul-americano (ARGOLO, et. al, 2008). A doença se apresenta em dois estágios clínicos: aguda e crônica. Na fase aguda é caracterizada por miocardite difusa, outras alterações cardíacas e mais comumente sinais e sintomas inespecíficos como febre prolongada e recorrente, cefaleia, mialgias, astenia, edema de face ou membros inferiores, hipertrofia de linfonodos, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite. Manifestações digestivas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são comuns em casos por transmissão oral. Passada a fase aguda, se não for realizado o tratamento específico, ocorre redução espontânea da parasitemia com tendência à evolução para as formas indeterminada, cardíaca, digestiva, forma associada (cardiodigestiva) e forma congênita (BRASIL, 2013). A doença pode ser transmitida por via vetorial, oral, transfusional, transplante de órgãos, vertical e acidental. Classicamente, a doença é transmitida pela via vetorial, porém atualmente, na região Amazônica é crescente a transmissão da doença por via oral, especialmente pela ingestão de alimentos contaminados, sendo o estado do Pará a região com maior número de casos agudos (PINTO, 2007). A negligência de divulgação dos conhecimentos em Doenças de Chagas na academia e na sociedade predispõe ao aparecimento e manutenção dos agravos desta patologia e inviabiliza o controle da infecção. A educação em saúde como quaisquer combinações de experiências de aprendizagem delineadas com vista a facilitar ações voluntárias conducentes, e que procuram desencadear mudanças de comportamento individual. A Amazônia vem apresentando aumento no número de casos agudos e crônicos de doença de Chagas (DC), tornando-se um problema de saúde pública (ARAÚJO, et. al, 2013). Uma das formas de abordar a população em todas as faixas etárias é através da educação e prevenção da saúde utilizando-se o lúdico, a exemplo do teatro de fantoches adaptado para doença de Chagas, que pode ser empregado como ferramenta (Pedagógica) de educação em saúde. Objetivo: Descrever o relato de experiência de graduandas de Biomedicina no projeto denominado “O poder do ensino e da informação sobre como prevenir a Doença de Chagas no município de Porto de Moz- PA”. Descrição da Experiência: As ações foram desenvolvidas no mês de Março de 2019, em três escolas do município de Porto de Moz, cidade localizada oeste do Estado do Pará nas margens do Rio Xingu, e com aproximadamente 477 km de distância da capital Belém. Com intuito de realizar atividades educativas, para atrair a comunidade no aspecto da prevenção e sobre a transmissão da Doença de Chagas, foram selecionadas escolas que ficavam em diferentes bairros da cidade, buscando assim, uma maior abordagem de ensino. Deste modo, selecionou-se a Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Dom Pedro I (Bairro Centro), Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Regalado de Sousa (Bairro Praião), Escola Municipal Maria de Fátima Pinto (Bairro Carini). Foram elaboradas ações educativas para serem desenvolvidas como teatro de fantoches, no qual o enredo gira em torno de personagens e animais quais podem ser encontrados nos diferentes ambientes: silvestre (na mata), peridomicílio (próximo às casas) e intradomicílio (dentro das casas), tais como, “mucura”, “tatu”, “macaco”, “paca”, “rato”, “cachorro” e “gato’. Além de lendas da floresta amazônica que falam sobre os diversos aspectos da enfermidade, e das maneiras de preveni-la. No teatro utilizou-se uma linguagem regional simples e descomplicada para fácil compreensão dos alunos, porém eficaz. Os atores foram as próprias graduandas, as quais realizaram oficinas para preparação da apresentação dos fantoches. A estrutura montada para a realização dos teatros foi construída, a partir de matérias como madeira reutilizada de outros eventos, cipó, palha de açaizeiro, flores sempre-vivas (Helichrysum bracteatum) muito utilizada em arranjos nas casas, assim como folha de bananeira, sementes conhecidas como olho de boi (Mucuna urens) e tento (Ormosia paraensis Ducke), utilizamos também no cenário frutas muito consumida pelos jovens e que pode ser fonte de transmissão da doença, bem como, “o açaí”, “bacaba”, “cana de açúcar”, “murucí”. A criação dos fantoches deu-se através de oficinas com os próprios alunos das escolas e com ajuda das professoras, quais foram divididos em dez equipes de cinco pessoas, desta forma, cada grupo ficou responsável por um personagem. O primeiro fantoche representava as crianças; seguidamente os índios; exercemos a demonstração de dois personagens ribeirinhos, assim como a criação de dois fantoches que representavam  biomédicas que foram as narradoras, criamos três personagens de animais para ter melhor ilustração sobre as vias de contaminação, e por fim o agente transmissor. Resultados e Discussão: No momento foram realizadas três apresentações de educação em saúde através do teatro de fantoches, atingindo um público estimado de 50 alunos por cada instituição, desde criança (40%), assim como adolescentes (30%), adultos (10%), professores (20%). Foi possível perceber que o teatro teve boa aceitação como ferramenta de educação em doença de Chagas por grande parte da população, especialmente as crianças, passaram a perceber a importância dos cuidados na ingestão de alguns alimentos. A partir do trabalho multidisciplinar, um resultado importante observado foi a integração e troca de saberes entre as graduandas de biomedicina com educadores, percebendo-se as diversas  responsabilidades que cada respectiva área  possui a respeito da doença. Abordando diferentes locais, conseguiu-se levar informação em saúde à um grande número de pessoas, aumentando o número de pessoas que detém o conhecimento da doença e suas estratégias de prevenção. As elaborações de materiais educativos de qualidade podem servir como ferramentas auxiliares, contribuindo nas políticas públicas que visam à promoção da saúde junto à população, entretanto para que tais aparatos possam servir como recursos pedagógicos são imprescindíveis que eles sejam elaborados dentro da complexidade do seu público alvo e da temática. Considerações finais: Percebeu-se que este projeto foi crucial na integração da área da saúde com a educação, pois houve a formação de uma equipe multiprofissional, o que possibilitou a interação da dinâmica com os alunos, e ressaltando sobre a importância da temática dentro das escolas. Infelizmente não há muito recursos para este tipo de metodologia  desenvolvido, mas em contrapartida, a equipe sobre aproveitar o que a cultura do município oferece, mostrando aos alunos os recursos naturais que a cidade possui. O teatro de fantoche demonstrou ser uma atividade bastante interessante na interação universidade – comunidade, em especial o público infantil, tanto pela forma de abordagem quanto por se tratar de faixa etária com potencial de gravidade maior. Assim, estimular ações de extensão a população garante a divulgação sobre a profilaxia da doença, formas de transmissão, manifestações clínicas. Espera-se que a disseminação dessas informações, através do trabalho com o lúdico, possa ter levado à comunidade um direcionamento de suas decisões diárias relacionadas à doença de chagas.

  • Palavras-chave
  • Doença de Chagas, Lúdico, Prevenção
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • OUTRAS ÁREAS RELACIONADAS AS DOENÇAS INFECTO-PARASÍTÁRIAS
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dinâmica socioambienta da região Amazônica dá a ela um perfil epidemiológico próprio. Pensando nisso, ocorrerá nos dias 28 e 29 de novembro, a Segunda Jornada Cientifica LIDIPA - As Doenças infecto-parasitárias Emergentes no Contexto da Saúde Pública Amazônica.

O estado do Pará é referência para o Brasil e para o mundo em estudos, pesquisas e ensino nesta área. Daí a necessidade desta II JORNADA, com diversos doutores, especialistas, professores e alunos para abordarmos essas temáticas tão importantes e atuais da nossa região, como a CHIKUNGUNYA, FEBRE AMARELA, MALÁRIA, DOENÇAS DE CHAGAS, HPV, ZIKA VÍRUS E DENGUE entre outras doenças que afetam a população Amazônida.

A jornada é uma iniciativa da Liga interdisciplinar de doenças infecto parasitárias na Amazônia-LIDIPA criada após a realização do I simpósio de Doenças infecto parasitárias na Amazônia-SDIPA que correu no ano de 2017.

A novidade nesta II edição da JORNADA CIENTIFICA DA LIDIPA onde teremos aSubmissão de Trabalhos com ANAIS, um grande avanço para os membros da liga e para os alunos que gostam desta área poderem apresentar suas produções cientificas e acadêmicas.

Outra novidade é este instrumento(o site do evento)que estaremos utilizando como uma forma de maior organização do nosso evento.

Outra novidade também é a realização das apresentações de trabalhos que contarão com uma roda de conversa após o término de cada eixo temático onde será discutido a realidade do País, Região Amazônica e do Estado em relação as pesquisas desenvolvidas, que com certeza serão de extrema relevância para o contexto de nossa região.

Além de focar nas doenças, a jornada trabalhará o aspecto humano, como a conduta da equipe de saúde e o relacionamento dos profissionais com a comunidade no sentido de prevenção, orientação e atuação ativa.

Desejemos que todos sejam bem-vindos a II JORNADA CIENTÍFICA DA LIDIPA e possamos fazer um belo evento.

 

Everton Wanzeler

Presidente da LIDIPA

II JORNADA CIENTÍFICA DA LIDIPA NORMAS PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS

A comissão organizadora convida a todos (as) os envolvidos (as) no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, a compartilharem seus trabalhos e experiências na II Jornada Cientifica da LIDIPA. Tendo como tema principal “As Doenças Infecto-parasitárias Reemergentes no Contexto da Saúde Pública Amazônica”

I- INFORMAÇÕES GERAIS

A II Jornada Cientifica da LIDIPA espera receber resumos de trabalhos científicos de diferentes origens: artigos, dissertações, teses, pesquisas, relatos e/ou sistematização de experiências, propostas de intervenção e documentários. Os trabalhos inscritos serão analisados pela Comissão Científica e poderão ser selecionados para apresentação em modalidade oral, por meio de rodas de conversa ou távolas. Esta dinâmica é uma iniciativa que valoriza a sustentabilidade, reduzindo a impressão de material gráfico. Além de permitir um maior compartilhamento de conhecimento dos participantes. A inscrição dos trabalhos será feita, exclusivamente, via internet, na página da Jornada ( http://doity.com.br/jornadalidipa ). Será enviado um e-mail de aceite ou recusa do trabalho. Os autores serão informados oportunamente sobre as datas, horários e locais das apresentações. Os autores dos trabalhos aprovados autorizam a Comissão Organizadora a publicar ou divulgar o resumo com a finalidade da socialização da produção científica apresentada no evento, em âmbito nacional e em todos os meios de comunicação, não cabendo qualquer pagamento por direito autoral.

II- NORMAS PARA SUBMISSÃO DE RESUMOS

Serão aceitos no máximo 03 (três) trabalhos por autor principal. Não há limites para trabalhos em coautoria. O autor responsável pela apresentação do trabalho deverá necessariamente inscrever-se na Jornada. Será emitido 01 certificado por trabalho, onde constarão os nomes de todos os autores e coautores. Cada resumo submetido poderá ter no máximo 6 (seis) autores, sendo obrigatório 1 (um) orientador. No ato de submissão todos os campos devem ser preenchidos adequadamente. Não devem ser inseridos gráficos, tabelas ou outros recursos visuais no resumo, apenas o texto. Deverá ser indicado a categoria e o eixo temático predominante de cada resumo. Conforme a classificação abaixo: Categorias:

? Ensino;

? Extensão;

? Pesquisa (Em caso de pesquisa com seres humanos e experimentação animal, inserir número de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa);

? Relato de experiências.

Áreas temáticas:

? Saúde pública;

? Epidemiologia;

? Gestão;

? Ensino;

? Educação em saúde;

? Aplicações clínicas;

? Outra.

Os trabalhos poderão ser enviados em forma de resumo simples ou resumo expandido. O resumo simples deve conter o mínimo de 250 e o máximo de 500 palavras. O resumo expandido deve conter o mínimo de 1.000 e o máximo de 1.200 palavras. Todos os resumos devem ser submetidos no seguinte formato: ? Fonte Times New Roman, tamanho 12, ? Espaçamento 1,5 entre linhas, ? Margens 3 cm margem superior e esquerda e 2 cm margem inferior e direita, ? Arquivos em formato WORD ? Título centralizado em caixa alta em negrito. ? O resumo deve ser redigido em língua portuguesa. ? A submissão deve ser feita em formato ABNT no máximo de cinco referências. Os resumos deverão conter os seguintes elementos estruturais em parágrafo único: ? Título; ? Introdução;  ? Objetivo; ? Metodologia ou descrição da experiência; ? Resultados e discussão; ? Considerações finais; ? Referências (3); ? Descritores (no mínimo 3 e no máximo 5).

III- CRITÉRIOS PARA APROVAÇÃO:

? O resumo deve respeitar as normas de submissão; ?

O tema abordado deve ser relevante para a temática;

? O texto deve ser claro, coerente, apresentando um encadeamento lógico entre os elementos estruturais; Resumos que não cumprirem com as orientações descritas acima não serão aceitos. Recomenda-se detalhada revisão do texto, pois em nenhuma hipótese serão aceitas mudanças no conteúdo do resumo enviado

. IV- NORMAS E ORIENTAÇÕES PARA APRESENTAÇÃO

Todas as apresentações serão orais. Não haverá exposição de Pôster Científico impresso. O autor (a) ou coautor (a) deve levar sua apresentação em um pen drive no dia, hora e local da atividade. A comissão organizadora disponibilizará um modelo de slides para uso dos autores. Orienta-se que, por segurança, o autor (a) tenha a sua apresentação salva em outros dispositivos: HD externo, e-mail, nuvem de arquivos, entre outros. A sala contará com os equipamentos necessários (computador e data-show). Os trabalhos serão apresentados em Rodas de Conversa e/ou Távolas. Sobre a dinâmica da apresentação: Roda de Conversa: • Cada Roda tem duração de 2h e reúne em média 14 trabalhos, podendo variar para mais ou para menos; • O tempo previsto para cada apresentação é de 5 minutos com tolerância de até 8 minutos. Távola: • Cada Távola tem duração de 2h e reúne em média 4 trabalhos, podendo variar para mais ou para menos; • O tempo previsto para cada apresentação é de 15 minutos com tolerância de até 20 minutos.

Ressalta-se que o tempo de apresentação dos trabalhos é reduzido, com vistas a resguardar maior tempo para as discussões dos temas transversais. Isso proporcionará o desenvolvimento de processo de educação permanente in loco. Esperamos que o debate e a troca de experiências seja construtivo e se dê em bases solidárias!

V- CRONOGRAMA Os participantes interessados em submeter trabalhos devem preencher o formulário de submissão com início as 00:00hs do dia 01/10/2019 e com termino até às 23 horas e 59 minutos (horário de Brasília) do dia 10/11/2019.

Belém, 01 de outubro de 2019.

Tais Passos

Diretora Cientifica da LIDIPA

Everton Wanzeler

Presidente da LIDIPA e Coordenador Geral da II Jornada Científica da LIDIPA

  • Pesquisa
  • Ensino
  • Extensão
  • Outras áreas das infecto-parasitarias
  • ENSINO
  • PESQUISA
  • EXTENSÃO
  • OUTRAS ÁREAS RELACIONADAS AS DOENÇAS INFECTO-PARASÍTÁRIAS

Comissão Organizadora

EVERTON LUIS FREITAS WANZELER
Eduardo Pastana Cardosou
HENNÃ CARDOSO DE LIMA
Vinícius da Rocha Fróes

Comissão Científica


EVERTON LUIS FREITAS WANZELER

TRAVESSA SAO FRANCISCO 450 - BATISTA CAMPOS CEP:66023185 BELÉM-PARÁ

TELEFONE:(91)981428377

 

emal: lidipa2017@gmail.com

Corpo Editorial

Comissão Organizadora

EVERTON LUIS FREITAS WANZELER

EMILY SANTOS MARINHO

HENNÃ CARDOSO DE LIMA

GILVANA DE CARVALHO MORAES

FERNANDA ÉRIKA DA SILVA AMARAL

VINICIUS DA ROCHA FROÉS

CLEISE ELLEN FERREIRA PANTOJA

VANESSA KELLY CARDOSO ESTUMANO

SAMARA MACHADO CASTILHO

TAIS DOS PASSOS SAGICA

LUCAS EDUARDO SANTOS,

NATÁLIA DE JESUS SOUZA SILVA,

Comissão Científica

MARGARETH MARIA BRAUN GUIMARÃES IMBIRIBA,

PRISCILA DE NAZARÉ QUARESMA PINHEIRO

ALINE MARIA PEREIRA CRUZ RAMOS

BÁRBARA BRASIL SANTANA

WILLIAM DIAS BORGES

DIANDRA ARAÚJO DA LUZ

ERICA DE TASSIA CARVALHO CARDOSO

Periodicidade

Anual

Idioma

Português – Brasil

Autor Corporativo

EVERTON LUIS FREITAS WANZELER

TRAVESSA SAO FRANCISCO 450 - BATISTA CAMPOS CEP:66023185 BELÉM-PARÁ

EMAIL:evertonwanzeler@hotmail.com

TELEFONE:(91)981428377

https://doity.com.br/anais/sdipa