Objetivos: Relatar um caso de teratoma cervical e orofaríngeo congênito, com o objetivo de ressaltar a importância do acompanhamento pré-natal e realização da ultrassonografia (USG) para o diagnóstico precoce de anomalias fetais. Descrição do caso: Mulher tercigesta de 21 anos é encaminhada para pré-natal de alto risco e é internada para melhor investigação de achados ultrassonográficos sugestivos de teratoma cervical e orofaríngeo (Epignathus). A gestante não apresentava queixas clínicas ou alterações no exame físico no momento da consulta e foi internada para realização de ressonância nuclear magnética (RNM) para avaliação do envolvimento de estruturas adjacentes pelo tumor. Após confirmação de comprometimento das vias aéreas superiores pelo teratoma na RNM, é iniciado o planejamento terapêutico da cesária com tratamento extraútero intraparto (EXIT) e a gestante aguarda a realização do procedimento. Diagnóstico e Discussão: Teratomas são tumores derivados das três camadas germinativas (ectoderma, endoderma e mesoderma). Os teratomas da região cervical podem apresentar comprometimento do assoalho oral e protrusão para a cavidade oral, condição nomeada Epignathus. Os Epignathus são tipos mais raros de teratomas, com uma incidência estimada de aproximadamente 1:35.000 a 1:200.000 nascidos vivos. Esses tumores podem ser pequenos, interferindo na alimentação, ou massivos, levando a um risco de obstrução das vias aéreas superiores e morte logo após o nascimento. Tumores da cavidade oral congênitos são normalmente reconhecidos no nascimento, mas eles também podem ser reconhecidos de forma pré-natal pela ultrassonografia ou ressonância nuclear magnética. À ultrassonografia, a maioria deles são massas multiloculadas e irregulares, com componentes sólidos e císticos. Assim como descrito na literatura, os exames radiológicos do nosso caso demonstraram considerável comprometimento das vias aéreas superiores pelo teratoma, tornando a realização do EXIT de grande relevância para aumentar as chances de sobrevida do feto. Conclusões: No caso desse relato, o reconhecimento do teratoma no momento ideal só possível devido a realização da USG pré-natal. Tratando-se especificamente do epignathus, o manejo desse tumor depende do seu tamanho e outras características visualizadas nos exames radiológicos, o que torna o diagnóstico ultrassonográfico pré-natal indispensável para o alinhamento do plano de intervenção em tempo oportuno e melhores prognósticos.
APRESENTAÇÃO DOS ANAIS DA VI JORNADA ALAGOANA DE ULTRASSONOGRAFIA E MEDICINA FETAL
É com grande satisfação que apresentamos os Anais da VI Jornada Alagoana de Ultrassonografia e Medicina Fetal, um evento que se consolidou como um dos principais encontros acadêmicos e científicos na área da ultrassonografia no estado de Alagoas.
A Jornada tem como objetivo promover a disseminação do conhecimento, o intercâmbio de experiências e a atualização científica de profissionais e estudantes da área da saúde, com ênfase na ultrassonografia e na medicina fetal. O evento reuniu especialistas renomados, pesquisadores, professores e profissionais da medicina, proporcionando debates e apresentações de estudos e inovações tecnológicas na área.
Os Anais desta edição reúnem os trabalhos científicos apresentados durante o evento, abordando temáticas diversas, como avanços no diagnóstico por imagem, estudos de casos clínicos, aplicação de novas tecnologias e discussões sobre condutas e diretrizes na medicina fetal. Esses registros são fundamentais para a consolidação e divulgação do conhecimento produzido, fortalecendo a ciência e a prática profissional na área.
Agradecemos a participação de todos os autores, palestrantes, organizadores e patrocinadores que contribuíram para a realização deste evento. Esperamos que os conteúdos aqui apresentados sirvam de inspiração e referência para estudos futuros, estimulando o avanço contínuo da ultrassonografia e da medicina fetal no Brasil e no mundo.
Boa leitura!
Comissão Organizadora
CM Diagnóstica
Victor Lemos
Ana Paula Silva
Adilson Cunha Ferreira
Dr. Gustavo Cantarelli
Adilson Cunha Ferreira
Comissão Científica
Adilson Cunha Ferreira MD. PhD.
Antonio Carlos Moraes MD. EsP.
Marcos Cintra MD. EsP.
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