Objetivos: descrever um caso de associação de VACTERL e associar aos achados ultrassonográficos e seus fatores de risco. Descrição do Caso: Primigesta, 14 anos, diabética em uso de insulinoterapia, pré natal de alto-riso, com múltiplas internações em maternidade de alto risco por descompensação glicêmica. Submetida a cesariana com 36 semanas devido a restrição do crescimento fetal com sinais de sofrimento. Ao nascimento, nota-se Feto feminino, vivo, com pés tortos congênitos, anomalia anorretal com fístula vestibular e malformação urinária. interrogado Síndrome de Vacterl, a USG de vias urinárias apresentou agenesia renal à esquerda, Ecocardiograma portando duas comunicações interventriculares pequenas do tipo muscular apical e Raio X da coluna lombar apresenta desvio do eixo lombar de convexidade direita e fusão incompleta do arco posterior de L5. À RNM de coluna lombo-sacra constava disgenesia do sacro, agenesia do cóccix, terminação abrupta da medula espinhal ao nível de L1 (síndrome da regressão caudal tipo 1). Após 18 dias, a recém-nascida foi submetida a colostomia com seguimento ambulatorial e multidisciplinar. Diagnóstico e Discussão: A associação de VACTERL é caracterizada pela presença de 3 ou mais das seguintes malformações: anomalias vertebrais, atresia anal, defeitos cardíacos, fístula traqueoesofágica associada à atresia de esôfago, defeitos renais e defeitos em membros. É estimado que ocorra em 1/40.000 nascidos vivos e a importância do diagnóstico precoce se dá pela sua elevada morbimortalidade. Dentre os fatores de risco maternos, identifica-se técnicas de reprodução assistida, diabetes e doenças pulmonares obstrutivas crônicas. A rotina de USG no pré-natal pode detectar algumas alterações e a manifestação das diversas anomalias em portadores de VACTERL é variável, as anomalias vertebrais ocorrem em 60-80% dos casos, atresia anal em 90%, malformações cardíacas em 40-80%, fistula traqueoesofágica em 50-80%, anomalias renais em 80%e defeitos dos membros em 50% dos pacientes. O exame de imagem é obrigatório para a avaliação de malformações congênitas, porém, na associação VACTERL, estas características dificilmente são detectáveis, tornando o diagnóstico pré-natal desafiador. Conclusão: embora tenha elevada morbimortalidade, os achados ultrassonográficos são desafiadores, sendo a identificação dos fatores de risco o principal modificador do curso da doença na realização do pré-Natal de Alto Risco.
APRESENTAÇÃO DOS ANAIS DA VI JORNADA ALAGOANA DE ULTRASSONOGRAFIA E MEDICINA FETAL
É com grande satisfação que apresentamos os Anais da VI Jornada Alagoana de Ultrassonografia e Medicina Fetal, um evento que se consolidou como um dos principais encontros acadêmicos e científicos na área da ultrassonografia no estado de Alagoas.
A Jornada tem como objetivo promover a disseminação do conhecimento, o intercâmbio de experiências e a atualização científica de profissionais e estudantes da área da saúde, com ênfase na ultrassonografia e na medicina fetal. O evento reuniu especialistas renomados, pesquisadores, professores e profissionais da medicina, proporcionando debates e apresentações de estudos e inovações tecnológicas na área.
Os Anais desta edição reúnem os trabalhos científicos apresentados durante o evento, abordando temáticas diversas, como avanços no diagnóstico por imagem, estudos de casos clínicos, aplicação de novas tecnologias e discussões sobre condutas e diretrizes na medicina fetal. Esses registros são fundamentais para a consolidação e divulgação do conhecimento produzido, fortalecendo a ciência e a prática profissional na área.
Agradecemos a participação de todos os autores, palestrantes, organizadores e patrocinadores que contribuíram para a realização deste evento. Esperamos que os conteúdos aqui apresentados sirvam de inspiração e referência para estudos futuros, estimulando o avanço contínuo da ultrassonografia e da medicina fetal no Brasil e no mundo.
Boa leitura!
Comissão Organizadora
CM Diagnóstica
Victor Lemos
Ana Paula Silva
Adilson Cunha Ferreira
Dr. Gustavo Cantarelli
Adilson Cunha Ferreira
Comissão Científica
Adilson Cunha Ferreira MD. PhD.
Antonio Carlos Moraes MD. EsP.
Marcos Cintra MD. EsP.