INTRODUÇÃO: Um dos principais sinais de ameaça de abortamento é a visualização ultrassonográfica de uma área de descolamento ovular, caracterizada por uma hemorragia subcoriônica ou hematoma retrotrofoblástico, na qual há coleção sanguínea entre o útero e o saco gestacional. A progesterona, além de preparar o endométrio para a nidação, é responsável por manter o útero relaxado ao longo da gestação e tem sido usada em gestantes com ameaça de abortamento. OBJETIVOS: Esclarecer, segundo a literatura mais recente, a efetividade do uso da progesterona nos casos de descolamento ovular identificados a partir da ultrassonografia. CASUÍSTICAS E MÉTODOS: Revisão de literatura abordando o uso da progesterona em gestantes com área de descolamento ovular no contexto da ultrassonografia, utilizando as palavras-chaves: “progesterona em gestantes” e “descolamento ovular”, utilizando os artigos nas bases de dados: Scielo, Lilacs e Google Acadêmico disponíveis nos idiomas português, inglês e espanhol, publicados entre 2004 e 2015. RESULTADOS: Os principais estudos sugerem que a eficácia da progesterona em modificar o desfecho das gestações é pequena ou não existente. Não é possível excluir que haja benefício do uso em alguns subgrupos de pacientes, mas até o momento estes não foram claramente identificados, com exceção de mulheres com história prévia de parto pré-termo, nas quais há recomendação formal da administração. No entanto, os estudos demonstraram ausência de efeitos deletérios ao concepto resultantes do uso de progesterona. CONCLUSÕES: O uso da progesterona é seguro para a gestação e não parece provocar danos a longo prazo na criança, contudo não há evidência de benefício do uso para a maioria das gestantes com ou sem história de descolamento ovular.
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