Introdução: A intussuscepção é caracterizada pela invaginação de segmento proximal do intestino (intussuscepto) em um segmento distal (intussuscepiente). Representa a principal causa de obstrução intestinal e a segunda causa de abdome agudo na criança, depois da apendicite. A tríade clássica é composta por dor abdominal, fezes em “geléia-de-framboesa” e massa abdominal palpável, mas só é caracterizada em menos de 50% dos casos. Dessa forma, a investigação com exames complementares é necessária e a ultrassonografia abdominal se destaca como exame de escolha, com alta sensibilidade e especificidade, além de não ser um método invasivo e não utilizar radiação ionizante. Descrição do material: o presente trabalho relata o caso de paciente do sexo masculino, com 7 meses de idade, que procurou o pronto socorro do Hospital Geral do Estado de Alagoas, com história de diarreia e vômitos há sete dias. Ao exame físico, apresentava-se com estado geral conservado, desidratado, afebril, eupneico, abdome flácido e com massa palpável no hipocôndrio direito. O resultado da ultrassonografia foi sugestivo de intussuscepção no flanco direito, medindo cerca de 7,3 cm de comprimento. Foi indicada intervenção cirúrgica que confirmou o diagnóstico de invaginação ileocólica e possibilitou a redução manual. O paciente evoluiu com febre no pós-operatório e foi instituída antibioticoterapia, sendo assim, obteve melhora e alta hospitalar após 5 dias da admissão. Conclusão: a maioria das intussuscepções pediátricas são ileocólica (75-95%) e os achados ultrassonográficos típicos são: no plano longitudinal o “sinal do pseudo-rim`` e no plano axial o ´´sinal do alvo``. Além da importância no diagnóstico, a ultrassonografia abdominal tem papel importante na definição da conduta terapêutica, já que a redução precoce por enema guiado por imagem ou cirúrgica está indicada para prevenir infarto intestinal irreversível.
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Ana Paula Silva
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