INTRODUÇÃO: Apresentada como uma condição gestacional que ocorre, geralmente, após a 20ª semana, a pré-eclâmpsia (PE) é caracterizada, inicialmente, por hipertensão arterial associada à proteinúria, decorrente de disfunção endotelial e de má perfusão placentária. Representa de 10% a 15% das mortes maternas e aumenta o risco de crescimento intrauterino restrito, bem como parto pré-termo. O rastreio dessa patologia pode ser feito através da ultrassonografia (USG) com Doppler de artérias uterinas. OBJETIVOS: Esse estudo objetiva avaliar a importância da dopplerfluxometria de artérias uterinas como método de predição de PE. CASUÍSTICAS E MÉTODOS: Foram utilizados artigos das bases de dados PubMed (NCBI), UpToDate e SciELO, como também artigos da Revista Brasileira de Ultrassonografia filtrados entre os anos de 2008 a 2018 para melhor compreensão acerca dessa temática. RESULTADOS: Na pré-eclâmpsia há diminuição do fluxo uteroplacentário e aumento da resistência endotelial, evidências encontradas na USG com Doppler de artérias uterinas, que são consideradas alteradas diante da presença de incisuras protodiastólicas bilateralmente, há também pulsatibilidade elevada nas artérias uterinas. A sensibilidade desse método, isolado, é de 63,1%. CONCLUSÕES: Dessa forma, a realização da USG obstétrica com Doppler das artérias uterinas no primeiro trimestre, mesmo antes de haver alteração dos valores pressóricos e, novamente, no terceiro trimestre é fundamental para prevenção de morbimortalidade materno-fetal associada a PE e melhora do desfecho da gestação, pois possibilita um acompanhamento pré-natal mais especializado e rigoroso e permite intervenções mais precoces, caso necessário. Nesse contexto, torna-se fundamental o acompanhamento holístico ofertado por um suporte multidisciplinar.
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