Introdução: A incompetência istmocervical (IIC) é uma das causas mais frequentes de abortamento habitual e também responsável por 16 a 20% das perdas gestacionais ocorridas no segundo trimestre. Caracteriza-se pela incapacidade do orifício interno de reter o concepto e anexos ovulares até o termo da gestação, devido à pressão por eles exercida no canal cervical. O diagnóstico pode ser feito antes ou durante a gestação e envolve avaliação clínica juntamente com o exame ultrassonográfico.
Causuística e Métodos: Para a presente discussão foram coletados artigos das bases de dados PubMed, Cochrane e Scielo.
Resultados: A identificação das pacientes de risco pode ser feita através dos dados clínicos e a ultrassonografia transvaginal (USTV) auxilia no diagnóstico através da mensuração do comprimento do colo e da patência do orifício interno. O colo uterino apresenta comprimentos variáveis com dimensões que variam de 28 a 48mm, dependendo principalmente do tempo de gestação, porém foi observado que quanto menor o comprimento do colo uterino maior será o risco de parto prematuro, não significando exclusivamente a IIC. A técnica de compressão do fundo do útero associada a USTV, auxilia na detecção de pacientes com enfraquecimento istmocervical e melhor caracterização da dilatação do orifício interno, evidenciando inclusive os casos subclínicos, quando comparado ao exame realizado em repouso. Consideram-se critérios diagnósticos de imagem o encurtamento do canal endocervical, dilatação do orifício interno e protrusão de membranas para dentro do canal endocervical.
Conclusões: A ultrassonografia é uma ferramenta de extrema importância no diagnóstico da IIC, pois em conjunto com os dados clínicos podem colaborar com diagnóstico em fases iniciais (subclínicas), consequentemente melhorando o prognóstico e promovendo uma intervenção terapêutica adequada e rápida. A medida transvaginal do colo uterino é um método simples, confiável e bem tolerado pelas pacientes, altamente sensível e com alto valor preditivo positivo.
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